Permanecendo no ninho: Experiências de mães de autistas na transição de seus filhos para a idade adulta
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e240140Palavras-chave:
autismo, mães, transição para a vida adulta, cuidadoresResumo
Este artigo tem como objetivo explorar a percepção das mães sobre a transição de seus filhos autistas com nível de suporte 2 e 3 da adolescência para a maioridade. Em um ciclo vital familiar padrão, é esperado que o filho, no decorrer de suas etapas desenvolvimentais, busque uma maior autonomia e ressignifique sua relação com seus cuidadores, porém, em famílias atípicas, este processo pode ocorrer de uma forma diferente da esperada. Foi realizada uma entrevista semiestruturada com 11 cuidadoras de autistas adultos, de diferentes estados do Brasil, sendo que os dados coletados foram interpretados segundo a Análise de Conteúdo de Bardin. Conforme os relatos, constatou-se que comportamentos autolesivos e heteroagressivos diminuíram com o envelhecimento do sujeito autista, evidenciou-se a necessidade de reforçar continuamente quais comportamentos são socialmente adequados, além disso, destacou-se o despreparo das instituições formais para acolher autistas adultos.
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