Crianças-resíduos: trajetórias transinstitucionais de crianças e adolescentes com deficiência em acolhimento institucional
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e240011Palavras-chave:
institucionalização, deficiência intelectual, acolhimento institucional, crianças, adolescentesResumo
O texto tem como objetivo debater os modos pelos quais se produz um tipo de pessoa no entrecruzamento das experiências de acolhimento institucional e dos diagnósticos de transtornos mentais e/ou deficiência intelectual. Trata-se de estudo documental que se utiliza de linha narrativa de vida de um adolescente acolhido como dispositivo de análise das estratégias classificatórias de produção de tipos de pessoas e dos seus circuitos institucionais. Os resultados permitem elucidar que a outorga de diagnóstico de deficiência intelectual para pessoas que vivem nos Serviços de Acolhimento Institucional produz violações ao exercício dos direitos em que se inclui a internação em hospital psiquiátrico por períodos que extrapolam os critérios de saúde e a impossibilidade de partilha da vida comunitária e escolar. Essas práticas encontram respaldo no entrelaçamento do saber neuropsiquiátrico, na medicalização e na correlação direta e questionável entre deficiência e periculosidade.
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