Pesquisa narrativa com mulheres que usam drogas:
uma experiência etnográfica feminista
DOI :
https://doi.org/10.1590/0103-656420170102Mots-clés :
mulheres usuárias de drogas, epistemologia feminista, etnografia, entrevista narrativaRésumé
Trata-se de pesquisa narrativa inscrita no campo epistemológico feminista, que buscou conhecer a trajetória de vida de mulheres usuárias de crack. Foi realizada uma etnografia multissituada/multilocal, que partiu da escuta de usuárias inseridas num serviço público de saúde mental para, na sequência, seguir duas delas pelos espaços nos quais circulavam, quais sejam, abrigo, escola, equipamentos de saúde, além de suas próprias casas. Como método de coleta de dados foi utilizada a técnica de entrevista narrativa. A escuta das mulheres possibilitou a desarticulação de sentidos fixos e desafiou a inteligibilidade orientadora das práticas de cuidado às pessoas que usam drogas. Foram ressaltados os limites que a condição de usuária de um serviço de saúde mental estabelece à enunciação de um saber válido das mulheres sobre si mesmas, sendo suas narrativas produto do discurso sobre elas elaborado pelo campo da saúde, que institui e prescreve sua própria materialização como usuárias de drogas.
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