“Egressos” de serviços de acolhimento institucional e políticas públicas: a “reversão figura-fundo”
DOI:
https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2016.124818Palavras-chave:
egressos, serviços de acolhimento institucional, políticas públicas, sujeitos, direitosResumo
O artigo busca problematizar a relação entre sujeitos e políticas públicas, tendo como base o material etnográfico obtido por meio da pesquisa de doutorado sobre o processo de desinstitucionalização de jovens egressos de serviços de acolhimento institucional (abrigos, casas-lares). A etnografia foi realizada junto a jovens de Santa Catarina (Palhoça e Florianópolis) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Ijuí e Sapiranga), entre 2010 e 2013. A relação entre sujeitos e políticas públicas é analisada a partir da técnica de “reversão figura-fundo”, seguindo a proposta de Marilyn Strathern. Para tanto, é problematizada a concepção de Estado, desconstruindo o seu lugar de ente, e o histórico das políticas públicas de proteção à infância e à adolescência e seus desdobramentos atuais para pensar como foi sendo construída a relação entre sujeitos e direitos. Pretende-se mostrar como o tensionamento da relação entre sujeitos e direitos permite resgatar a dimensão vivencial dos sujeitos e também problematizar a categoria “egresso”.Downloads
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