Plantas, sonhos e metáforas: reflexões sobre os meios de influência ameríndios
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.201332Palavras-chave:
Influência, plantas mágicas, sonhos, metáfora, povos indígenas ameríndiosResumo
Este artigo é dedicado aos meios à disposição dos povos ameríndios para aumentar a eficácia pessoal, ou seja, meios usados para aumentar a influência sobre os outros. Meu argumento, em poucas palavras, é que os sonhos, as plantas mágicas (e outras substâncias classificadas junto com elas) e o discurso metafórico são esses meios de auxiliar a influência sobre os outros - ou evitar ser alvo da influência dos outros. O segundo ponto é que tais meios, auxílios ou dispositivos intensificadores devem envolver a interação do que normalmente se traduz como “almas”, “imagens vitais” ou “duplos” - os aspectos imateriais da pessoa - para que sejam eficazes.
Downloads
Referências
ALBERT, Bruce. 1985. Temps du sang, temps de cendres. Représentation de la maladie, système rituel et espace politique chez les Yanomami du sud-est (Amazonie brésilienne). Paris, Tese de doutorado, Université de Paris X.
ALBERT, Bruce & Milliken, William. 2009. Urihi a: a terra-floresta Yanomami. São Paulo, ISA/IRD.
ALÈS, Catherine. 2003. “Función simbólica y organización social. Discursos rituales y política entre los Yanomami”, In. ALÈS, Catherine & CHIAPPINO, Jean, (eds.), Caminos cruzados: ensayos en antropologia social, etnoecología y etnoeducación. Merida, IRD Editions/ULA-GRIAL, pp. 197-240.
BARRETO, João Rivelino. 2019. Úkusse: forma de conhecimento tukano via arte do diálogo kumuãnica. Florianópolis, Tese de doutorado, UFSC.
BELAUNDE, Luisa Elvira. 2016. “Donos e pintores: plantas e figuração na Amazônia Peruana.” Mana, 22(3): 611-640. DOI http://dx.doi.org/10.1590/1678-49442016v22n3p611
BLANCO, German (ed.). 2016. Niyayopë nɨ patapɨ tʰë ã. Lima: Horonami/ Wataniba.
CADOGAN, Leon. Ayvu Rapyta. 1959. Textos míticos de los Mbyá-Guaraní del Guairá. São Paulo, FFLCH-USP, boletim n. 227, série Antropologia n. 5.
CABRAL DE OLIVEIRA, Joana. 2016. “Mundos de roças e florestas” Bol. Mus. Para. Emilio Goeldi. Cienc. Hum, 11(1): 151-31. https://doi.org/10.1590/1981.81222016000100007
FARAGE, Nádia. 1997. As Flores da Fala: práticas retóricas entre os Wapixana. São Paulo, Tese de Doutorado, USP.
FAUSTO, Carlos. 2008. ”Donos demais: maestria e domínio na Amazônia”. Mana, 14(2): 329-366.
FUENTES, Emilio. 1980. “Los Yanomami y las plantas silvestres”, Antropológica, 54: 3-138.
GOW, Peter. 2001. An Amazonian myth and its history. Oxford: Oxford University Press.
HAMMERSCHMIDT, Bianca. 2019. Tramando afetos: manipulação de corpos através da magia amorosa entre os Shipibo-Konibo. Curitiba, Dissertação de Mestrado, UFPR.
KELLY, José Antonio. 2017. “On Yanomami ceremonial dialogues: a political aesthetic of metaphorical agency” Journal de la Société des américanistes, 103(1): 179-214. https://doi.org/10.4000/jsa.14892
KELLY, José Antonio & MATOS, Marcos. 2019. “Política da consideração: ação e influência nas terras baixas da América do Sul.” Mana, 25(2): 391-426. DOI http://dx.doi.org/10.1590/1678-49442019v25n2p391
KOPENAWA, Davi & ALBERT, Bruce. 2010. La chute du ciel: paroles d’un chaman yanomami. Paris, Plon.
LECRERC, Frédérique Rama. 2003. Des modes de socialisation par les plantes chez les Shipibo-Conibo d’Amazonie péruvienne. Une étude Shipibo des relations entre humains et non-humains dans la construction sociale. Paris, Tese de doutorado, Université de Paris X-Nanterre.
LECRERC, Frédérique Rama. ”Los Noi Rao”. 2004. In: CALAVIA SAEZ, Oscar, LENAERTS, Marc, SPADAFORA, Ana María (eds.) Paraíso abierto, jardines cerrados: pueblos indígenas, saberes y biodiversidade. Quito, Abya-Yala.
LIMA, Tânia Stolze. “O que é um corpo?” Religião e Sociedade, 22(1): 9-20.
LIMULJA, Hanna. 2019. O desejo dos outros: uma etnografia dos sonhos Yanomami (Pya ú, Toototopi). Florianópolis, Tese de doutorado, UFSC.
LIZOT, Jaques. 1999. “Palabras en la noche. El diálogo ceremonial, una expresión de la relaciones pacíficas entre los Yanomami”, La Iglesia en Amazonas, 53: 54-82.
LIZOT, Jaques. 2004. Dicionario enciclopédico de la lengua yãnomãmɨ. Puerto Ayacucho, Vicariato Apostólico de Puerto Ayacucho.
MAIZZA, Fabiana. 2014. “Sobre as crianças-planta: o cuidar e o seduzir no parentesco Jarawara” Mana, 20(3): 491-518.
MORIM DE LIMA, Ana Gabriela. “A cultura da batata-doce: cultivo, parentesco e ritual entre os Krahô.” Mana, 23(2): 455-490. DOI http://dx.doi.org/10.1590/1678-49442017v23n2p455
OVERING, Joanna & Passes, Alan. 2000. The anthropology of love and anger: the aesthetics of conviviality in native Amazonia. London: Routledge.
PITARCH, Pedro. 2013. La palabra fragante: cantos chamánicos tzeltales. México, Artes de México/Conaculta.
RAMO Y AFFONSO, Ana María. 2019. La transhumanidad tekoaxy y las dádivas en movimiento: reflexiones sobre la filosofía Guaraní-Mbya. . Madrid, Tese de doctorado, Universidad Complutense de Madrid.
SHIRATORI, Karen. 2013. O Acontecimento onírico Ameríndio: o tempo desarticulado e as verdades dos possíveis. Rio de Janeiro, Dissertação de mestrado, UFRJ/MN.
SURRALLÉS, Alexandre. 2009 [2003]. En el corazón del sentido: percepción, afectividad, acción en los candoshi, Alta Amazonía. Lima, Institut Français des Études Andines.
STRATHERN, Marilyn. 1988. The gender of the gift: Problems with women and problems with society in Melanesia. Berkeley and Los Angeles, University of California Press.
SZTUTMAN, Renato. 2017. “When metaphysical words blossom” Common Knowledge, 23(2): 325-344. https://doi.org/10.1215/0961754X-3815846
TOLA, Florencia. 2010. “Maîtres, chamanes et amants: quelques réflexions sur la conception toba de l’agentivité.” Ateliers du LESC [En ligne] 34. URL : http://ateliers.revues.org/8538.
WAGNER, Roy. 1967. The Curse of Souw: Principles of Daribi Clan Definition and Alliance in New Guinea. Chicago, University of Chicago Press.
WAGNER, Roy. 1972. Habu: the innovation of meaning in Daribi religion. Chicago, The University of Chicago Press.
WAGNER, Roy. 2014. How many stripes until you count the tiger: the hyperobjectivity of shamanism. Unpublished manuscript.
URBAN, Greg. 1986. “Ceremonial dialogues in South America”, American Anthropologist, 88 (2): 371-386.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2004. “Exchanging perspectives: the transformation of objects into subjects in Amerindian ontologies.” Common Knowledge, 10(3): 463-484.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista de Antropologia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista de Antropologia concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).