“Um mundo onde caibam muitos mundos”: as palavras verdadeiras de educadores zapatistas
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.210610Palavras-chave:
Zapatismo, Pluralismo, Antropoceno, Etnografia, ChiapasResumo
A máxima zapatista “por um mundo onde caibam muitos mundos” ressoa entre movimentos e acadêmicos, especialmente aqueles envolvidos na defesa das autonomias, da justiça climática e do pluriverso. Experimentamos, nesse artigo, pensar tal máxima a partir de etnografia realizada com educadores zapatistas tzotzil no Caracol de Oventic, articulando os “muitos mundos” no zapatismo. As Declarações zapatistas chamam para a composição nas diferenças, unindo a autonomia local à crítica anticapitalista e abrem possibilidades de uma reinvenção metafísica das práticas que habilitam o Antropoceno. Há um deslocamento de alguns termos chaves - como palavras, mundo, verdade - e de outros que são caros às filosofias políticas do ocidente - como trabalho, capitalismo, humano. O mundo do poderoso é um mundo falso, que enfraquece e tira o lugar de outros mundos e palavras verdadeiras. O mundo de muitos mundos não deve ser uma propriedade ou recurso, mas um lugar ao qual os seres verdadeiros (humanos e outros que humanos) pertencem.
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