“Um mundo onde caibam muitos mundos”: as palavras verdadeiras de educadores zapatistas
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.210610Palavras-chave:
Zapatismo, Pluralismo, Antropoceno, Etnografia, ChiapasResumo
A máxima zapatista “por um mundo onde caibam muitos mundos” ressoa entre movimentos e acadêmicos, especialmente aqueles envolvidos na defesa das autonomias, da justiça climática e do pluriverso. Experimentamos, nesse artigo, pensar tal máxima a partir de etnografia realizada com educadores zapatistas tzotzil no Caracol de Oventic, articulando os “muitos mundos” no zapatismo. As Declarações zapatistas chamam para a composição nas diferenças, unindo a autonomia local à crítica anticapitalista e abrem possibilidades de uma reinvenção metafísica das práticas que habilitam o Antropoceno. Há um deslocamento de alguns termos chaves - como palavras, mundo, verdade - e de outros que são caros às filosofias políticas do ocidente - como trabalho, capitalismo, humano. O mundo do poderoso é um mundo falso, que enfraquece e tira o lugar de outros mundos e palavras verdadeiras. O mundo de muitos mundos não deve ser uma propriedade ou recurso, mas um lugar ao qual os seres verdadeiros (humanos e outros que humanos) pertencem.
Downloads
Referências
ALBERT, Bruce. 1997. Situation ethnographique et mouvements ethniques: réflexions sur le terrain post-malinowskien. In: Augé M. (pref.) Anthropologues en dangers: l'engagement sur le terrain. Paris: Jean-Michel Place, p.75-88.
BARONNET, Bruno. 2012. Autonomía y educación indígena. Las escuelas zapatistas de la Selva Lacandona de Chiapas, México. Quito: Ediciones Abya-Yala.
BASCHÊT, Jêrome. 2004. Los zapatistas: ¿“ventriloquia india” o interacciones creativas? Istor, núm. 17.
BASCHÊT, Jêrome. 2021. A experiência zapatista. São Paulo: N-1 Edições.
BOYER, Isabel. 2012. "Ach' kuxlejal: el nuevo vivir. Amor, carácter y voluntad en la modernidad tzotzil", en Modernidades indígenas, P. Pitarch y G. Orobitg (eds.), Iberoamericana Vervuert, Madrid.
BISPO, Nêgo. 2022. Começo-meio-começo. In: FIRMEZA, Y. et al. (orgs) Composto-escola: comunidades de sabenças vivas. São Paulo: N-1 Edições.
DANOWSKI, Déborah. & VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2014. Há Mundo Por Vir? Ensaio Sobre Os Medos E Os Fins. Editora Cultura e Barbárie.
DÍAZ, Carlos Tellos. 1995. La rebelión de las Cañadas. México: Cal y Arena.
DOMINGUEZ, Onésimo, 2006. Tras los Pasos de una Guerra Inconclusa (Doce años de Militarización en Chiapas). San Cristóbal: CIEPAC, A.C.
EZLN. 1996. Cuarta Declaración de la Selva Lacandona. 1996.
EZLN. 2013. Ellos y nosotros.
FREIRE, Paulo. 1987. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
GOSSEN, Gary. 1974. Chamulas in the World of the Sun: Time and Space in a Maya Oral Tradition. Harvard University Press, Cambridge.
GUTIERREZ, Raul. 2005. Escuela y zapatismo entre los tzotziles: entre la asimilación y la resistencia. Análisis de proyectos de educación básica oficiales y autónomos, Tesis, Maestría en Antropología Social, CIESAS Sureste, México.
KHOTARI et al. 2021. Pluriverso: dicionário do pós-desenvolvimento. São Paulo: Editora Elefante.
LACERDA, Entrevista Txai Suruí. Revista Cult. Janeiro de 2022.
LACERDA & PÁL PELBERT. Por que Zapatismo? Revista Cult. Janeiro de 2022.
LA CADENA, Marisol de; BLASER, Mario. 2018. A world of many worlds. Durham e London: Duke University Press.
LA CADENA, Marisol. 2010. Indigenous Cosmopolitics in the Andes: Conceptual reflections beyond politics'. Cultural Anthropology, n.25, v. 2, p. 334-370.
LAW, Jonh. 2015. What’s wrong with a one-world world? Distinktion Scandinavian Journal of Social Theory, v. 16, n. 1, p. 126-139.
LE GUEN, Olivier. 2012. “Exploration in the Domain of Time: from Yucatec Maya Time Gestures to Yucatec Maya Sign Language Time Signs”, Mouton de Gruyter & Ishara Press, Berlin.
LENKERSDOF, Carlos. 1999. Cosmovisión Maya. México: Centro de Estudios Antropológicos, Científicos, Artísticos, Tradicionales.
LEVYA, Xochitl. De las cañadas a Europa: niveles, actores y discursos del nuevo movimiento zapatista (nmz) (1994- 1997) Desacatos, núm. 1, primavera, 1999 Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social Distrito Federal, México.
LIMA, Tânia Stolze. 1996. O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia Tupi. Mana, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 21-47.
LUPO, Alessandro. 2012. "La indianización del Evangelio: los protagonistas de la transformación posconciliar del catolicismo indígena mexicano", In: PITARCH, Pedro. & ORBITZ, Gemma. Modernidades indígenas, Madrid: Iberoamericana Vervuert.
MACIEL, Lucas. 2018. Os murais zapatistas e a estética tzotzil: pessoa, política e território em Polhó, México. Dissertação de mestrado. USP. São Paulo.
MILLAN, Margareth. 2014. Des-ordenando el género / ¿Des-centrando la nación? El zapatismo de las mujeres indígenas y sus consecuencias. México: UNAM.
PITARCH, Pedro. 1996. Ch'ulel: una etnografía de las almas tzeltales. México: Fondo de Cultura Económica.
PITARCH, Pedro. 2004. Los zapatistas y el arte de la ventriloquia. Istor, núm. 17, 2004.
PITARCH, Pedro. 2013. La cara oculta del pliegue. Antropología indígena, Artes de México / Conaculta, México.
ÖCALAN, Abdullah. 2016. Confederalismo Democrático. Rio de Janeiro: Rizoma Editorial.
REYES RAMOS, María Eugenia. 2001. El movimiento zapatista y la redefinición de la política agraria en Chiapas. Revista Mexicana de Sociología, Vol. 63, No. 4 (Oct. - Dec., 2001), pp. 197-220.
ROVIRA, Guiomar. 2009. Zapatistas sin fronteras: las redes de solidaridad con Chiapas y el altermundismo. México: Ediciones Era.
STENGERS, Isabelle. 2007. La proposition cosmopolitique. In: LOLIVE, J. SOUBEYRAN, O. L'emergence des cosmopolitiques. Paris: La Découverte.
STENGERS, Isabelle. 2015. Em tempos de catástrofes. São Paulo: Cosac & Naif. 2015.
STENGERS, Isabelle. 2018. The challenge of ontological politics. In: LA CADENA, Marisol de; BLASER, Mario. A world of many worlds. Durham e London: Duke University Press.
STRATHERN, Marilyn. 2006. O Gênero da Dádiva. Campinas: Editora Unicamp.
VAPNARSKY, Valentina. 2017. Futuros en contrapunto: proyección, predicción y deseo en maya yucateco. Journal de la Société des américanistes.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1996. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana, v. 2, n. 2, p. 115-144.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002a. A Inconstância da Alma Selvagem e Outros Ensaios de Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002b. “O nativo relativo”. Mana. Estudos de Antropologia Social, 8(1):113-148.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2004. Perspectival Anthropology and the Method of Controlled Equivocation. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, Art.1. Vol 2. 2004.
VOGT, Evon. 1969. Zinacantan: A Maya Community in the Highlands of Chiapas. Cambridge: The Belknap Press (of Harvard University Press).
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista de Antropologia
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista de Antropologia concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).