A trajetória da arquitetura de ferro em Belém (PA, Brasil): do apogeu ao desaparecimento dos edifícios inteiramente metálicos da Bélle Époque
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.20.2024.211433Palavras-chave:
Arquitetura de ferro, Belém da Belle Époque, Patrimônio da industrializaçãoResumo
O uso do ferro na arquitetura intensificou-se a partir da segunda metade do século XVIII na Europa, e sua influência estendeu-se a vários países em crescimento, como o Brasil. Em Belém (PA) a arquitetura de ferro e demais elementos arquitetônicos metálicos, importados de diversos países europeus, fizeram parte significativa da Belle Époque, período de grande crescimento da cidade, no fim do século XIX e início do XX. Ainda que possuam valor histórico, tecnológico e arquitetônico, muitos desses edifícios não existem mais, ou estão desaparecendo: foram desmontados em função do crescimento urbano e não foram posteriormente remontados, bem como estiveram sujeitos à intervenções espaciais desrespeitosas às especificidades da edificação. As particularidades dos edifícios da arquitetura de ferro, especialmente relacionadas à possibilidade de desmontagem e remontagem, muitas vezes são interpretadas inadequadamente, ou pouco discutidas, nas ações de intervenção. Tal arquitetura, em sua essência, possui sistema construtivo que suporta transformações, entretanto, é necessário refletir sobre o uso dessa especificidade construtiva frente às modificações ligadas à conservação do edifício. O objetivo deste artigo é abordar a trajetória histórica das construções inteiramente metálicas desde a sua montagem até os dias atuais em Belém, abordando as permanências e transformações, bem como discutir os valores e significados atribuídos à essas edificações frente ao seu reconhecimento como patrimônio. Para esta pesquisa foram utilizadas fontes primárias e iconográficas, dentre documentos e jornais locais do fim do século XIX e XX, para pesquisa histórica referentes à importação dos edifícios, período de montagem e posterior desmontagem.
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