Entre o público e o privado: os lugares das mulheres burguesas e das mulheres negras no final do século XIX

Autores

  • Karen Menegatt Universidade Federal da Fronteira Sul

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.20.2024.215634

Palavras-chave:

Público, Privado, Século XIX, Jornais Femininos

Resumo

A divisão dicotômica da sociedade em público e privado gerou uma separação de funções e espaços específicos para cada indivíduo. Durante muito tempo para as mulheres coube o espaço privado enquanto para o homem o espaço público. Este artigo tem como objetivo refletir sobre essa divisão dicotômica e sua função no século XIX, analisar as reivindicações femininas pelo espaço público através do periódico O Sexo Feminino (1889) e examinar as representações da mulher negra nesse cenário, bem como suas preocupações e sua inclusão no debate sobre o público e o privado. Para isso, o trabalho se baseia em autores e autoras como: Marco Morel, Catherine Hall, Michelle Perrot, Angela Davis, Bernardete Campos, entre outros. Ao longo da pesquisa percebemos que a criação de um discurso que procurava criar uma mulher universal inviabilizou a mulher negra da onda de reivindicações femininas do final do século XIX.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Karen Menegatt, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Graduada em História pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e mestranda do Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas pela UFFS.

Referências

COSTA, S. “Desigualdade, diferença, articulação”. Caderno CRH, Salvador, v. 32, n. 85, p. 33-45, jan./abr. 2019.

DALLASTRA, D. Da cozinha à lavanderia: a propaganda como dispositivo de captura dos corpos femininos. Trabalho de Conclusão de Curso — Universidade Federal da Fronteira Sul, 2019.

DAVIS, A. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

DE CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

DIAS, M. O. “Resistir e sobreviver”. PEDRO, J. M.; PINSKY, C. B. Nova História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013.

GOMES, A. C. O almanach das senhoras (1871-1927) e um projeto político de acesso feminino à cultura letrada. Dissertação (Mestrado) — Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2002.

GOULEMOT, J. M. “Da leitura como produção de sentidos”. CHARTIER, R. Práticas da leitura. São Paulo: Estação Liberdade, 2011.

HALL, C. “Sweet Home”. PERROT, M. (org.). História da vida privada, 4: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia de Bolso, 2009.

LYRA, M. de L. V. “O público e o privado no Brasil imperial”. História: Fronteiras. v. I. Anais do XX Simpósio Nacional de História. Florianópolis, p. 283-294, 1999.

MÉNDEZ, N. P. “Do lar para as ruas: capitalismo, trabalho e feminismo”. Mulher e Trabalho, Porto Alegre, v. 05, p. 51- 63, 2005.

MIRANDA, K. N. “Mulher negra, trabalho e resistência: Escravizadas, libertas e profissões no século XIX”. Epígrafe, v. 7, n. 7, p. 83-96, 2019.

MOREL, M. La formation de l'espace public modeme a Rio de Janeiro (1822 - 1840): opinion, acteurs et sociabilite. Tese (Doutorado) — Université de Paris I (pantheon Sorbonne), Paris, 1995.

NASCIMENTO, C. V. do. O sexo feminino em campanha pela emancipação da mulher (1873/1874). Dissertação (Mestrado) — Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2004.

NOVAES, E. D. “Entre o público e o privado: o papel da mulher nos movimentos sociais e a conquista de direitos no decorrer da História”. História e Cultura, Franca, v. 4, n. 3, p. 50-66, dez. 2015.

NASCIMENTO, B. Uma história feita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos. Rio de Janeiro: Zahar. 2021.

O SEXO FEMININO, “A educação da mulher”, 1873, n. 1.

O SEXO FEMININO, “Aviso à nossa exímias assinantes”, 1876, n. 22.

O SEXO FEMININO, “A racional emancipação da mulher”, 1889, n. 1.

O SEXO FEMININO, “Bibliografia”, 1889, n. 4.

O SEXO FEMININO, “A racional emancipação da mulher”, 1889, n. 4.

O SEXO FEMININO, “A racional emancipação da mulher”, 1889, n. 7.

PERROT, M. As mulheres ou os silêncios da História. Bauru, SP: EDUSC, 2005.

PERROT, M. Os excluídos da História: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

PERROT, M. “Outrora, em outro lugar”. PERROT, M. (org.). História da vida privada, 4: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia de Bolso, 2009.

RAMOS, M. B. “O mito de Adão e Eva revisitado: acerca do masculino e do feminino na cultura da nação”. Esboços: histórias em contextos globais. Florianópolis: UFSC, 2001.

SOUTO, B. F. Senhoras do seu destino: Francisca Senhorinha da Motta Diniz e Josephina Alvares de Azevedo, projetos de emancipação feminista na imprensa brasileira (1873-1894). Dissertação (Mestrado) —Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

Downloads

Publicado

2024-07-03

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Menegatt, K. (2024). Entre o público e o privado: os lugares das mulheres burguesas e das mulheres negras no final do século XIX. Revista Angelus Novus, 15(20), 215634. https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.20.2024.215634