O perpetrador na Nova República e as disputas pela memória da ditadura: o caso do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.21.2025.236261

Palavras-chave:

ditadura militar, perpetradores, memória da ditadura

Resumo

Este artigo analisa o papel do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra nas disputas pela memória da ditadura no Brasil e, a partir disso, busca contribuir para o entendimento das disputas atuais em torno do passado de violência. Para tanto, é abordada a trajetória do coronel durante o regime militar, o seu empenho nas disputas pela memória da ditadura a partir dos anos 1980 e, por fim, a recuperação de sua figura pela extrema direita atual. Em linhas gerais, o artigo trabalha com a hipótese de que o coronel desempenhou um papel relevante na construção de uma memória pró-ditadura que, nos últimos anos, tem ganhado espaço com a ascensão de grupos ligados à direita autoritária.  

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Biografia do Autor

  • Daniele de Paula, Universidade de São Paulo (USP)

    Mestranda no Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo (USP). É bacharela (2022) e licenciada (2023) em História pela mesma instituição. Áreas de interesse: Brasil republicano; Ditadura militar; Memória e Ditadura; Perpetradores da Ditadura; Direitas.

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Publicado

2025-12-22

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Paula, D. de. (2025). O perpetrador na Nova República e as disputas pela memória da ditadura: o caso do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Revista Angelus Novus, 21, 236261. https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.21.2025.236261