Dívida corporativa de longo e curto prazo e incerteza da política econômica no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-057x20241969.enPalavras-chave:
estrutura de capital, dívida corporativa de longo prazo, dívida corporativa de curto prazo, incerteza da política econômicaResumo
Este artigo teve como objetivo investigar a relação entre a incerteza da política econômica e a dívida de longo e curto prazo das empresas brasileiras negociadas na bolsa de valores Brasil, Bolsa, Balcão (B3). A discrepância entre os resultados anteriores levanta questões sobre o entendimento atual da relação entre a dívida e a incerteza da política econômica. Análises separadas de dívidas de longo e curto prazo fornecem insights diferentes sobre como as decisões corporativas são afetadas. Essa discrepância desafia nosso entendimento atual da complexa dinâmica entre a dívida e a incerteza da política econômica. A amostra da pesquisa consiste em 163 empresas brasileiras listadas na B3 entre 2010 e 2019, com periodicidade trimestral. Os modelos de linha de base consideraram a dívida de longo e curto prazo como endógena, levando em conta as características da empresa e do país. Empregamos uma abordagem de painel de dois estágios do método dos momentos generalizado sistêmico (generalized method of moments – GMM-sys) para lidar com a possível endogeneidade nas estimativas. Como o mercado de dívida desempenha um papel crucial na avaliação e no desempenho das empresas, é cada vez mais importante estudar a dinâmica da dívida corporativa de longo e curto prazo em meio aos desafios desencadeados pela disseminação da incerteza da política econômica no ambiente de negócios. Esclarecer como as dívidas de longo e curto prazo se comportam sob essa pressão é particularmente relevante, pois reforça as implicações já observadas e potenciais para a adaptabilidade corporativa no uso de fundos externos. O impacto deste estudo está em revelar a coexistência das decisões cautelosas das empresas na busca de fundos representativos e a posição conservadora dos investimentos corporativos em relação às incertezas que cercam a política econômica. Os resultados sugerem que níveis mais altos de incerteza da política econômica estão associados a uma diminuição no uso de dívidas de longo prazo e a um aumento nas dívidas de curto prazo. Em resposta a um aumento da incerteza da política econômica, as empresas tendem a depender menos da dívida de longo prazo e, em vez disso, optam por aumentar o uso da dívida de curto prazo. Esses resultados se mantêm consistentes em diferentes especificações propostas.
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