Game over: duas décadas de financiamento de campanhas com doações de empresas no Brasil

Autores

  • Bruno Wilhelm Speck Professor Doutor no Departamento de Ciência Política da FFLCH da Universidade de São Paulo.

DOI:

https://doi.org/10.3232/REB.2016.V3.N4.1834

Palavras-chave:

Financiamento político, campanhas eleitorais, reforma política, setor privado, partidos políticos.

Resumo

Após duas décadas com eleições realizadas sob a influência de doações empresariais, o Brasil mudou o sistema de financiamento de campanhas, com resultados incertos para a competição política futura. Vários atores participaram ativamente deste processo de reformulação que se cristalizou em duas decisões tomadas no mesmo mês de setembro de 2015. O Supremo Tribunal Federal (STF), instância competente para o controle da constitucionalidade das leis, decidiu pela inconstitucionalidade das doações de empresas a partidos e candidatos nas campanhas eleitorais. No mesmo mês entrou em vigor a lei 13.165/15 modificando o financiamento eleitoral e realizando outras modificações no sistema eleitoral. Tudo indica que estamos em um momento de transição entre dois modelos de financiamento. As empresas, responsáveis por três quartos do custeio das campanhas, não poderão mais aportar recursos. Resta saber em quais fontes o novo modelo repousará. Este texto apresenta um balanço sobre o sistema de financiamento das campanhas nas duas décadas passadas dando ênfase à forte participação das empresas, recapitula o processo de discussão e aprovação da reforma em 2015 e avalia o impacto dos pontos mais importantes da reforma sobre a competição política no Brasil.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Publicado

2016-02-12

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Game over: duas décadas de financiamento de campanhas com doações de empresas no Brasil. (2016). Revista De Estudios Brasileños, 3(4). https://doi.org/10.3232/REB.2016.V3.N4.1834