Da crise de governabilidade à crise de legitimidade: os impactos da crise política sobre a política externa brasileira
DOI:
https://doi.org/10.3232/REB.2018.V5.N9.3450Palavras-chave:
Crise política, instituições políticas, política externa brasileira.Resumo
Ao longo do governo de Dilma Rousseff, a política externa brasileira herdou muitos elementos da política implementada no período anterior, mas, ainda assim, terminou por perder dinamismo e proatividade, convertendo-se em uma política reativa. O declínio não foi maior devido à presença que o Ministério de Relações Exteriores (MRE) possuía nos espaços multilaterais regionais e globais, mantendo a observância de princípios e interesses caros à diplomacia brasileira. Michel Temer assumiu o poder prometendo a retomada do crescimento econômico e a desideologização da política externa, em meio à repercussão negativa que as contestações quanto à legalidade do processo de impeachment que havia destituído Dilma Rousseff, e as inúmeras acusações de corrupção que lhe pairavam sobre a cabeça haviam produzido. Com a política externa “altiva e ativa” ficando cada vez mais no passado, o Brasil passou a sofrer com significativa perda de relevância no plano internacional, assim como com o surgimento de dissidências dentro do próprio MRE.