Direitos humanos em debate: estratégias de resistência dos atingidos por barragens hidrelétricas
DOI:
https://doi.org/10.14201/reb20218173545Palavras-chave:
Direitos Humanos, atingidos, hidrelétricasResumo
O presente artigo tem como objetivo realizar uma discussão acerca das interfaces entre os direitos humanos e o contexto das barragens hidrelétricas de Itá, Alzir dos Santos e Foz do Chapecó, localizadas no sul do Brasil, através de uma análise das estratégias de resistências das comunidades atingidas. O delineamento utilizado foi exploratório descritivo, de cunho qualitativo, no qual 26 pessoas foram entrevistadas. Os dados foram coletados a partir de questionário biosociodemográfico, entrevistas narrativas e análise documental, que passaram posteriormente à análise temática. Os resultados mostram que a violação dos direitos humanos é resultado da negligência do Estado, da inexistência de uma política nacional de direitos dos atingidos por barragens, da desresponsabilização das empresas do setor elétrico brasileiro e da falta de serviços públicos que atendam às necessidades dessa população. Por sua vez, as estratégias de resistência dos atingidos perpassam a conscientização política das comunidades, organização em movimentos sociais e manifestações reivindicatórias de direitos.
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