Robert Southey, William Robertson e a teoria dos quatro estágios na construção da macronarrativa da história dos autóctones americanos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2016.111112Palavras-chave:
Robert Southey, William Robertson, Teoria dos quatro estágiosResumo
A proposta deste artigo é analisar como a articulação da teoria dos quatro estágios serviu de pano de fundo na History of Brazil (1810-1819), escrita por Robert Southey, para o exame das populações que viviam no Brasil, rio da Prata e Paraguai. Além disso, busco mostrar a importância da History of America (1777) de William Robertson para a inserção da história americana dentro da macronarrativa da história universal através da circunscrição dos povos originários como moralmente selvagens e vivendo no estágio de caçadores e coletores. O plano explicativo da teoria dos estágios da sociedade, resultado de um grande interesse pela esfera social e pela etnografia, foi concebido como uma tentativa de elucidar a questão de como algumas sociedades tinham atingido a civilização, enquanto outras definhavam na barbárie ou mesmo na selvageria. Nesse horizonte de delimitação das sociedades em bárbaras, selvagens ou civilizadas, a History of America de Robertson foi decisiva para a construção dos povos indígenas americanos como vivendo em um estado selvagem. A abordagem sociológica e etnográfica, baseada na descrição do modo de subsistência e de como esse afetava os costumes e maneiras dos povos, passou a ser prescritiva para explicar o estado da população não apenas da Europa, mas também do Novo Mundo. Southey continuou explorando as maneiras e os costumes dos selvagens, realizando um significativo alargamento dos tópicos e esmiuçando as peculiaridades de diversas tribos sem, contudo, deixar de apontar seus modos de subsistência, que se desenvolviam de acordo com estágios previamente delimitados.
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