O arrependimento de Perceval: relações entre a forma, o sentido e a história no Conto do Graal de Chrétien de Troyes (c.1180-1191)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2021.170839Palavras-chave:
Chrétien de Troyes, Noção de pessoa, Narrativa, Graal, Idade MédiaResumo
A partir de um episódio do Conto do Graal, de Chrétien de Troyes, são analisados alguns elementos formais dessa narrativa, sobretudo, aqueles relacionados com os encadeamentos dos episódios e com as motivações de seu protagonista, tentando colocar em evidência a lógica de seu funcionamento. Para que se deixe mais evidente essa lógica, é feita uma comparação com dois episódios de O crime e castigo, do romancista russo Fiódor Dostoiévski. Os sentidos propostos a partir dessa análise são, enfim, situados em seu contexto mais amplo e relacionados, em particular, com o estatuto da pessoa no Ocidente medieval.
Downloads
Referências
BASCHET, Jerôme. A Civilização Feudal: do ano mil à colonização da América. Tradução de Marcelo Rede. São Paulo: Globo, 2006.
BASCHET, Jerôme. Corpos e almas: uma História da pessoa na Idade Média. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2019.
BENTON, John. Consciouness of Self and Perceptions of Individuality. In: BENSON, Robert e CONSTABLE, Giles. Renaissance and Renewal in The Twelfth Century. Toronto: University of Toronto Press, 1991, p. 263-295.
BRUCKNER, Matilda Tomaryn. The shape of romance in medieval France. In: KRUEGER, Roberta L. (Ed.) The Cambridge Companion to Medieval Romance. Cambridge: Cambridge Medieval Press, 2000.
BURCKHARDT, Jacob. A cultura do Renascimento na Itália. Tradução de Vera Lúcia de Oliveira Sarmento e Fernando de Azevedo Corrêa. Brasília: Editora da UNB, 1991.
BYNUM, Caroline. Did the Twelfth Century Discover the Individual?. In: Jesus as Mother: Studies in the Spirituality of the High Middle Ages. Berkeley/Los Angeles/London: University of California Press, 1982.
CERVANTES, Miguel. Don Quixote de la Mancha. Madri: Real Academia Española y Associación de Academias de la Lengua Espanõla, 2004.
DELUMEAU, Jean. A confissão e o pecado. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Crime e Castigo. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2001.
DUMONT, Louis. Essais sur l’individualisme: Une perspective anthropologique sur l’idéologie modern. Paris: Éditions du Séuil, 1991.
FRAPPIER, Jean. Chrétien de Troyes. Paris: Hatier-Boivin, 1957.
GAY, Peter. Represálias Selvagens. Tradução de Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
KELLY, Douglas. Chrétien de Troyes: The Narrator and His Art. Idem (org.) The Romances of Chrétien de Troyes: A Symposium. Lexington: French Forum, 1985, p. 13-47.
LACY, Norris J.; GRIMBERT, Joan Tasker. A Companion To Chrétien de Troyes. Cambridge: D. S. Brewer, 2005.
MAUSS, Marcel. Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa, a de “eu”. In: Sociologia e Antropologia. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Cossac & Naif, 2003, p. 367-397.
MORRIS, Colin. The Discovery of the Individual: 1050-1200. Toronto: University of Toronto Press, 1987.
RENAUT, Alain. O indivíduo: reflexão acerca da filosofia do sujeito. Tradução de Elena Gaidano, Rio de Janeiro: Difel, 1998.
SCHMITT, Jean-Claude. A “descoberta do indivíduo”: uma ficção historiográfica? In: O corpo, os ritos, os sonhos, o tempo. Tradução de Maria Ferreira. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 215-233.
TROYES, Chrétien. Le Roman de Perceval ou Le Livre du Graal. Tübingem: Max Niemeyer Verlag, 1993.
TROYES, Chrétien de. Œuvres Complètes. Paris: Gallimard, 1994.
UITTI, Karl David. Chrétien de Troyes Revisited. New York: Twaine Publishers, 1995.
WATT, Ian. A Ascensão do Romance. Tradução de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
ZUMTHOR, Paul. Essai de poétique médiévale. Paris: Seuil, 1972.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).