Estado e classes médias no Primeiro Governo Vargas (1930-1945)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2024.222798Palavras-chave:
corporativismo, classes médias, sindicatos, conselhos profissionais, Primeiro Governo VargasResumo
O corporativismo institucionalizado pelo regime varguista abriu um importante canal para a expressão de demandas das classes médias junto ao Estado e aos patrões pela criação de novas instituições, como os sindicatos oficiais e os conselhos profissionais. Essa nova forma de representação política era atravessada simultaneamente por incentivos e restrições ao seu exercício, elementos detalhadamente examinados pelo artigo. O saldo da participação política em chave corporativa das classes médias é avaliado em torno de dois aspectos: ação coletiva e interesses materiais. Em relação ao primeiro, observa-se uma tendência ao insulamento político paralelamente ao fortalecimento organizativo das classes médias. Em relação ao segundo, o corporativismo resultou em diminuição da concorrência profissional e em aquisição de direitos sociais e trabalhistas.
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