Espelhos de Embaixador: um comparativo ibérico, Vera y Figueroa e Silva e Sousa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2025.229398Palavras-chave:
diplomacia, espelhos de embaixador, embaixadas, manuais, Península IbéricaResumo
O presente artigo versa sobre dois “espelhos de embaixador”, gênero textual comum durante o período moderno, em especial, durante o século XVII. Esses tinham por objetivo geral instruir o rei e seus ministros sobre a melhor forma de atuação diplomática dos embaixadores. Os dois textos escolhidos, publicados em 1620 e 1656, escritos por um embaixador espanhol e um português, respectivamente, marcam um longo processo de síntese do conhecimento diplomático do período e dos usos da chamada Razão de Estado. Passando da prudência cristã à oralidade do diplomata, D. Antônio de Vera y Figueroa e D. Antônio da Silva e Sousa foram agentes de seus reis e possuíam ampla experiência diplomática tanto como embaixadores, quanto em relação aos caminhos de ascensão dentro dos quadros das respectivas monarquias. E a comparação de suas obras é um esforço de síntese sobre o saber diplomático moderno, entendendo que as obras e a comparação do presente artigo são apenas uma pequena parcela de todo conhecimento acumulado pela modernidade.
Downloads
Referências
Fontes Primárias
“Um diplomata português da Restauração. Antonio da Silva e Sousa. Correspondência relativa à sua missão ao norte da Europa”. Biblioteca Nacional. Lisboa: 1940.
Cartas de Francisco de Sousa Coutinho escritas de Roma à Rainha Viúva do rei D. João e ao Rei D. Afonso VI. Livros do Conde de Póvoa, volume 3. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, cota: PT/TT/CPOV/L03.
SOUSA, Antonio da Silva e. Instrucçam Política de Legados. Hamburgo, 1656.
Vera y FIGUEROA, D. Juan Antonio de. El Embajador. Sevilha: Por Francisco de Lyra, 1620.
Livros, teses e artigos
ACCETTO, Torquato. Da dissimulação honesta. São Paulo: Martins Fontes, 2001. [1640]
ALBURQUERQUE, Martim. Maquiavel e Portugal. Lisboa: Alêtheia Editores, 2008.
BARROSO, Raphael Henrique Dias. Diplomacia e negócios da fé: a ação dos embaixadores portugueses na Cúria romana (1513-1557). 2022. Dissertação (Mestrado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, University of São Paulo, São Paulo, 2021. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-19052022-110720/publico/2022_RaphaelHenriqueDiasBarroso_VCorrigida.pdf
BENTES, Rodrigo (org.) Maquiavel no Brasil: dos Descobrimentos ao século XXI. Rio de Janeiro: FGV, 2015.
BLOCH, Marc. Os Reis Taumaturgos. O caráter sobrenatural do poder régio França e Inglaterra. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. [1924]
BOUZA, Fernando. Corre manuscrito. Madrid: Marcial Pons, 2001.
BUESCU, Ana Isabel. Imagens do príncipe: discurso normativo e representação (1525-49). 1a. Lisboa: Edições Cosmos, 1996.
BURKE, Peter. A arte da conversação. São Paulo: Edusp, 1995. [1993]
CARDIM, Pedro. “Nem tudo se pode escrever”. Correspondência Diplomática e información política en Portugal durante el siglo XVII. In: Cuadernos de Historia Moderna, 2005, V. IV, p. 95-128. https://revistas.ucm.es/index.php/CHMO/article/view/CHMO0505220095A
CARDIM, Pedro. O Embaixador Seiscentista segundo António da Silva e Sousa, autor da Instrucçam Politica de Legados (Hamburgo, 1656). In: CASTRO, Zília Osório de (ed.). Diplomatas e Diplomacia. Retratos, cerimónias e práticas. Lisboa: Livros Horizonte, 2004, p. 155-213.
CARDIM, Pedro. XAVIER, Ângela Barreto. D. Afonso VI. Lisboa: Círculo de Leitores, 2008.
CARIM, Pedro; MONTEIRO, Nuno Gonçalo; CUNHA, Mafalda Soares da (org.). Optima Pars. As Elites do Antigo Regime no Espaço Ibero-Americano. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005.
CARVALHO, Daniel Pimenta Oliveira de; MACHEL, Marília de Azambuja; GROH, Thiago. (Org.). O mundo das embaixadas: agentes e práticas diplomáticas (séculos XII a XVIII). 1ª ed. Recife: Editora UFPE, 2024.
CESAR, Thiago Groh de Mello. A Política externa de D. João IV e o Padre Antonio Vieira: as negociações com os Países Baixos (1641-1648). Dissertação de Mestrado – PPGH- UFF. Niterói, 2011. https://www.historia.uff.br/stricto/td/1447.pdf
COLOMER, Jose Luis. Arte y diplomacia de la monarquía hispaníca en el siglo XVII. Madrid: Fernando Villaverde Ediciones, 2003.
COSTA, Luciano Cesar da. Teatro do Mundo. Embaixadas e diplomacia em Roma durante a Restauração Portuguesa (1640-1671). Curitiba: CRV, 2025. (no prelo)
DAVIS, Natalie Zemon. Nas Margens: três mulheres do século XVII. São Paulo: Cia das Letras, 1997.
ELIAS, Norbert; SCOTSON, John. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. [2000]
ELIAS, Norbert. A Sociedade de Corte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia da corte. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. [1983]
FARIA, Ana Leal de. Arquitectos da paz. A diplomacia portuguesa de 1640 até 1815. Lisboa: Tribuna, 2008.
FLETCHER, Catherine. Diplomacy in Renaissance Rome. The Rise of the Resident Ambassador. Cambridge: University Press, 2015.
GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes, 1983.
GONZÁLEZ, Ventura Ginarte. “La figura del conde de la Roca”. Capturado em 10/04/21: https://chdetrujillo.com/la-figura-del-conde-de-la-roca/?pdf=3292
GUTIÉRREZ, Conchi. “The diplomacy of letters of the count of La Roca in Venice (1632-1642). In: INVERNIZZI, Diana Carrió. Embajadores Culturares. Transferencias y lealtades de la diplomacia española de la Edad Modenra. Madrid: Uned, 2016, p. 186-204.
HANSEN, João Adolfo. Práticas Letradas Seiscentistas. Discurso, v. 0, n. 25, p. 153–184, 1995. https://revistas.usp.br/discurso/article/view/37998
HANSEN, João Adolfo. Barroco, neobarroco e outras ruínas. Teresa, n. 2, p. 10–67, 2001. https://revistas.usp.br/teresa/article/view/116560/114160
HOBSBAWM, Eric. Nações e Nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. [1957]
INVERNIZZI, Diana Carrió. “Gift and Diplomacy in Seventeenth-Century Spanish” In: The Historical Journal, 51, 4 (2008), p. 881-899. https://www.jstor.org/stable/20175207
INVERNIZZI, Diana Carrió. Embajadores Culturares. Transferencias y lealtades de la diplomacia española de la Edad Modenra. Madrid: Uned, 2016.
JOUANNA, Arlette. O imaginário do sangue e de sua pureza na antiga França. Tempo.Niterói, n. 30, 2011, p. 21- 40. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-77042011000100002
KANTOROWICZ, Ernst. Os Dois Corpos do Rei. Um estudo sobre a teologia política medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. [1957]
LOUSADA, Abílio Pires. A Restauração Portuguesa de 1640. Diplomacia e Guerra na Europa do século XVII. Lisboa: Fronteira do Caos editores, 2012.
MARAVALL, José Antonio. Poder, honor y elites en el siglo XVII. Madri: Siglo XXI, 1989. [1979]
MARTINEZ, Pedro Soares. História Diplomática de Portugal. Lisboa: Verbo, 1986.
MATTINGLY, Garrett. Renaissance Diplomacy. Baltimore: Penguin Books, 1964. [1955]
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva. São Paulo: Cosac Naify, 2003. [1925]
MIRANDA, Marcella. Juan Bautista de Tassis, la Liga Católica y la tesitura del Tratado de Joinville (1585). BOTERIANA III. A trent’anni dal volume Botero e la ‘Ragion di Stato’a cura di Enzo A. Baldini (1992-2022): Bilanci e prospettive di ricerca, p. 27–43, 2023. https://portalcientifico.universidadeuropea.com/documentos/65ce669f346cd26ee5a157f4
MOTA, Bento. “Estoicismo maquiavélico: Justo Lípsio e o Maquiavelismo Ibérico no início dos seiscentos”. In: Revista Sete Mares, n°1, 2012. https://www.historia.uff.br/7mares/wp-content/uploads/2014/04/v01n01a03.pdf
NASCIMENTO, Carlos Arthur Ribeiro. A prudência segundo Santo Tomás de Aquino. Síntese, v. 20, n. 62, p. 365–385, 1993. https://faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/1316/1712
ROMEIRO, Adriana. Corrupção e poder no Brasil. Uma história, séculos XVI a XVIII. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
SAAVEDRA, Maria Del Carmen (Ed.). La decadencia de la monarquía hispánica en el siglo XVII. Madrid: Editorial Biblioteca Nueva, 2016.
SCHWARTZ, Stuart. Prata, açúcar e escravos: de como o império restaurou Portugal. Revista Tempo, Niterói, vol. 12, n. 24, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-77042008000100011
SENELLART, Michel. As Artes de Governar. São Paulo: Editora 34, 2006. [1995]
SKINNER, Quentin. As fundações do Pensamento Político Moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. [1978]
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Luciano Cesar da Costa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).











