A memória das crises na Idade Média: uma introdução

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2025.237464

Palavras-chave:

Crises, Historiografia, Idade Média, Memória, Respostas sociais

Resumo

Este artigo introdutório ao dossiê A Memória das crises na Idade Média explora o conceito de crise, com foco em sua memória historiográfica e literária. Ele examina como as crises, como fomes, epidemias e desastres naturais, foram registradas, interpretadas e transmitidas em fontes medievais. A crise é apresentada como uma construção intelectual e historiográfica, evoluindo de acordo com os contextos sociais e políticos. O artigo também explora a memória das soluções para as crises e o papel das fontes visuais e escritas na construção dessa memória. Por fim, o artigo critica o uso moderno do conceito de crise na análise de fontes medievais, enfatizando a necessidade de uma abordagem interdisciplinar.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marcelo Cândido da Silva, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Professor of Medieval History at the Universidade de São Paulo, Coordinator of the Projeto Temático “Uma História Conectada da Idade Média. Comunicação e Circulação a partir do Mediterrâneo (FAPESP - 2021/02912-3), Deputy Coordinator of the Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Combate à Fome (INCT-CNPq - 406774/2022-6) and Researcher of the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq - 300116/2025-0).

  • Alexis Wilkin, Université Libre de Bruxelles

    Est Professeur d’Histoire médiévale à l’Université Libre de Bruxelles, et Directeur de l’Unité de Recherches SOCIAMM (Sociétés anciennes, médiévales et modernes)

  • Pere Benito i Monclús, Universitat de Lleida

    Professeur d’Histoire médiévale à l’Université de Lleida et chercheur principal du projet Mortalitas (PID2023-151785NB-I00 financé par MICIU/AEI/10.13039/501100011033).

  • Dominique Castex, University of Bordeaux

    Est archéo-anthropologue, directrice de recherche au CNRS (UMR 5199 PACEA) à l’Université de Bordeaux et responsable du projet ANR PSCHEET (ANR-19-CE27-0012).

Referências

BARTHÉLEMY, Dominique. Miracles de l’an mil. Paris: Armand Colin, 2023.

BERTRAND, Paul. Les écritures ordinaires : Sociologie d’un temps de révolution documentaire (entre royaume de France et empire, 1250-1350). Paris : Éditions de la Sorbonne, 2015.

BOUGARD, François; FELLER, Laurent; LE JAN, Régine (Org.). Les élites au Moyen Âge: crises et renouvellements. Turnhout : Brepols, 2006.

BRANCA, Vittore. Boccaccio medievale e nuovi studi sul Decameron. Saggi Sansoni Firenze: Sansoni, [1946], repr. 1996.

CAMPBELL, Bruce; Ó GRÁDA, Cormac. “Harvest Shortfalls, Grain Prices, and Famines in Preindustrial England”. The Journal of Economic History, v. 71, n. 4, 2011, p. 859-886.

CANDIDO DA SILVA, Marcelo. The Carolingian ‘moral economy’ (late 8th-early 9th century)». Médiévales, v. 66, n. 1, pp. 159-178, Spring 2014.

CANDIDO DA SILVA, Marcelo. “Public Agents and the Famine in the First Centuries of the Middle Ages”. Varia Historia, v. 32, n. 60, p. 779-805, Sept./Dec. 2016.

CANDIDO DA SILVA, Marcelo. Crise e fome na Alta Idade Média: o exemplo dos capitulários carolíngios. Anos 90, v.24, n.45, p.185-207, 2017.Avaliable from: https://seer.ufrgs.br/index.php/anos90/article/view/64442. Acess on: 09 out. 2025 doi:https://doi.org/10.22456/1983-201X.64442

CANDIDO DA SILVA, Marcelo; WILKIN, Alexis (Org.). Regards croisés sur les crises médiévales. Mélanges de l’École française de Rome. Moyen Âge, v.131, n.1, 2019.

CANDIDO DA SILVA, Marcelo; WILKIN, Alexis; JAUMAIN, Serge; ALMEIDA, Néri de Barros; LOUAULT, Frédéric (Org.). Crises: uma perspectiva multidisciplinar. São Paulo: Intermeios, 2020.

CANDIDO DA SILVA, Marcelo; NEWFIELD, Timothy (Org.). Mudanças climáticas, vulnerabilidade e resiliência no Mediterrâneo medieval. Tempo, Niterói, v. 30, n. 2, 2024.

CASTEX, Dominique, KACKI, Sacha. Commémorer les épidémies dans un monde changeant : mémorialisation de la peste et autres fléaux infectieux du Moyen Âge à nos jours, L’Espace Politique [En ligne], v.41, n. 2, 2020, Avaliable from : https://journals.openedition.org/espacepolitique/8598. Acess on : 09 out. 2025. doi : https://doi.org/10.4000/espacepolitique.8598

CURSCHMANN, Fritz. Hugersnöte im Mittelalter. Ein Beitrag zur deutschen Wirtschaftsgeschichte des 8. bis 13. Jahrhunderts: Leipzig, 1900

CURTIS, Daniel. Coping with Crisis: The Resilience and Vulnerability of Pre-Industrial Settlements. Farnham: Ashgate Publishing, 2014.

DEVROEY, Jean-Pierre. La Nature et le roi: Environnement, pouvoir et société à l’âge de Charlemagne (740-820). Paris: Albin Michel, 2019.

DRENDEL, John Drendel (ed.). Crisis in the Later Middle Ages: Beyond the Postan-Duby Paradigm (The Medieval Countryside 13). Brepols: Turnhout, 2015.

EPSTEIN, Stephan. Freedom and Growth: The Rise of States and Markets in Europe, 1300-1750. Abingdon: Routledge, 2000.

FELLER, Laurent. «Transactions in the Life of Géraud d’Aurillac». In: DIERKENS, Alain; SCHROEDER, Nicolas; WILKIN, Alexis (Org.). Penser la Paysannerie médiévale: Études Jean-Pierre Devroey. Paris : Éditions de la Sorbonne, 2017. pp. 69-82.

FURIÓ, Antoni. La crisis de la Baja Edad Media. En los orígenes de una construcción historiográfica. In: VARELA RODRIGUEZ, Elisa (ed.). La historiografia medieval davant la crise. Girona: Documenta Universitaria, 2015. pp. 170-178.

GUERREAU-JALABERT, Anita. Saint Gengoul in the world: the opposition of cupiditas and caritas. In: LAUWERS, Michel (ed.). Guerriers et monoines. Conversion et sainteté aristocratique dans l’Occident médiéval. Antibes: Éditions APDCA, 2002. pp. 265-266.

HARPER, Kyle. The Fate of Rome. Climate, Disease, and the End of an Empire. Princeton: Princeton University Press, 2017.

HENNING, Joachim. Early European towns. The development of the economy in the Frankish realm between dynamism and deceleration AD 500-1100. In: POST-ROMAN TOWNS, TRADE AND SETTLEMENT IN EUROPE AND BYZANTIUM. Berlin/New York: Walter de Gruyter, 2007. vol. I. pp. 3-40.

KELLER, Hegen; GRUBMÜLLER, Klaus; STAUBACH, Nikolaus (Org.). Pragmatische Schriftlichkeit im Mittelalter: Erscheinungsformen und Entwicklungsstufen (Akten des Internationalen Kolloquiums 17.-19. Mai 1989). Munich: Wilhelm Fink, 1992. pp. 283-292.

KOSELLECK, Reinhardt. Critique and Crisis Enlightenment and the Pathogenesis of Modern Society. Cambridge, MA: MIT Press, 1988.

LE GOFF, Jacques. L’Europe est-elle née au Moyen Âge? Paris: Seuil, 2010 (1èreéd., 2003).

LEBECQ, Stéphane. Frisian merchants and navigators in the early Middle Ages. Lille: Presses Universitaires de Lille, 1983.

LEVEAU, Philippe. «Le destin de l’empire romain dans le temps long de l’environnement (note critique). Annales. Histoire, Sciences Sociales, v. 77, n.1, p. 61-83, 2022.

PATZOLD, Steffen. Episcopus: Wissen über Bischöfe im Frankreich des späten 8. bis frühen 10. Jahrhunderts, Ostfildern, (Mittelalter-Forschungen), v. 25, 2008

SCHOLZ, Sebastian; SCHWEDLER, Gerald (eds.). Creative selection between emending and forming medieval memory. London: De Gruyter, 2022.

WARD-PERKINS, Bryan. The Fall of Rome and the End of Civilization. Oxford: Oxford University Press, 2006.

WHITE, Hayden. The Content of the Form: Narrative Discourse and Historical Representation. Baltimore: John Hopkins University Press, 1987.

WICKHAM, Chris. Framing the Early Middle Ages. Europe and the Mediterranean, 400-800. Oxford: Oxford University Press, 2005.

WILKIN, Alexis, «Le concept de crise est-il utile pour l’histoire médiévale? Remarques conclusives», Mélanges de l’École française de Rome - Moyen Âge [En ligne], 2019. Avaliable from: http://journals.openedition.org/mefrm/5413. Acess on : 21 maio 2025. doi: https://doi.org/10.4000/mefrm.5413

YERXA, Donald A. A Interview with Bryan Ward-Perkins on the Fall of Rome. Historically Speaking 7, n.4, p.31-33, 2006. Avaliable from: https://muse.jhu.edu/article/423203. Acess on : 09 out. 2025. doi: http://dx.doi.org/10.1353/hsp.2006.0074.

Downloads

Publicado

2025-11-12

Edição

n. 184 (2025)

Seção

Dossiê: A memória das Crises na Idade Média

Licença

Copyright (c) 2025 Marcelo Cândido, Alexis Wilkin, Pere Benito Monclús, Dominique Castex

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

  1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.

  2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

  3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).

Como Citar

SILVA, Marcelo Cândido da; WILKIN, Alexis; MONCLÚS, Pere Benito i; CASTEX, Dominique. A memória das crises na Idade Média: uma introdução. Revista de História, São Paulo, n. 184, p. 1–20, 2025. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2025.237464. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/237464.. Acesso em: 24 dez. 2025.

Dados de financiamento