O Cosmopolitismo pacifista da Bele Époque: uma utopia liberal
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.v0i114p85-94Palavras-chave:
Bele Époque, Cosmopolitismo, Utopia LiberalResumo
(primeiro parágrafo do artigo)
Em um de seus artigos, Antonio Cândido de Mello e Souza lembrou que somente em torno da década de 1930 é que se desenvolveu no país a consciência da nação subdesenvolvida, a idéia do atraso econômico e da marginalização social. Seria interessante refletir sobre o porque desse retardamento das avaliações a respeito da verdadeira condição do país no confronto com o chamado mundo desenvolvido. O mesmo autor demonstra a incidência durante praticamente todo o período colonial das fantasias paradisíacas com que os europeus projetavam suas ansiedades e incertezas milenares sobre o Novo Mundo e que já foram matéria de pesquisas minuciosas por estudiosos desse período. A essa visão idílica da terra, os românticos brasileiros vieram somar, logo após a Independência, as imagens da natureza luxuriante, do impulso inato à liberdade e ao heroismo pilesentes no sangue indígena e da emotividade exacerbada pela inspiração das belezas naturais. Otimismo liberal e individualista próprio de uma concepção de mundo híbrida da crença mercantilista da prodigalidade da natureza como a fonte da riqueza e do novo culto à plena liberdade de iniciativas, origem e fim de toda harmonia social, segundo a cartilha de Adam Smith.
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