O Egito antigo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.v0i114p173-177Palavras-chave:
Egito Antigo, Antiguidade,Resumo
Cardoso, Ciro Flammarion. O Egito antigo. São Paulo, Brasiliense, 1982 (Col. "Primeiros Passos") .
(primeiro parágrafo do texto)
Nos estudos consagrados à história da Antiguidade, talvez possam ser distinguidas duas orientações de análise que se apresentam demarcando os polos extremos e opostos de seu leque. De um lado, uma tradição de inspiração "empirista", preocupada, sobretudo, com a determinação, apuração e narrativa dos "fatos que constituem a história", orientação esta que, embora alvo de constantes e intensas criticas nos últimos cinquenta anos, continua a ter boa acolhida junto aos especialistas e eruditos que se dedicam ao estudo da Antiguidade. De outro lado, e almejando definir-se em contraposição e inversão das tendências da primeira corrente, uma vertente de trabalhos com preocupação "teorizante" que se coloca problemáticas mais abrangentes e de proposição conceitual. Neste segundo caso, especialmente reivindicando orientação e inspiração "marxista", aplicam-se o instrumental conceitual e os quadros teóricos elaborados por Marx na sua análise da sociedade capitalista, transpostos e projetados para a explicação das sociedades antigas do mundo ocidental. Aqui, algumas problemáticas e teorizações são particularmente privilegiadas. Uma delas refere-se à "identificação e enquadramento das sociedades antigas na sucessão dos modos de produção", com especial destaque para a polêmica em torno ao "modo de produção asiático". Outra diz respeito à "identificação das classes sociais" constituintes dessas sociedades, articulando-se tal operação de identificação ao tema da "revolução": há que se encontrar na Antiguidade a realização e expressão da luta de classes enquanto processo revolucionário, e sobretudo identificar que classe nessa sociedade é a "revolucionária", capaz de, similarmente ao proletariado na sociedade capitalista, superar pela sua atuação histórica o "modo de produção dominante". Identificado, por exemplo, no segmento escravo tal "classe revolucionária", o passo apologético não se faz tardar: os procedimentos mitificadores de construção da figura do "herói histórico" da historiografia burguesa marcam igualmente presença só que deslocados para outras "personalidades" (veja-se, por exemplo, a figura de Espártaco em Roma).
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