Censored sociology: race, class and Social Science research in the Brazilian military dictatorship (1971-1977)

Authors

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2021.169268

Keywords:

Social Sciences, Scientific research, Race and class in Brazil, Censorship, Military Dictatorship

Abstract

What happens when an authoritarian State censors sociological research? This article addresses aspects of the relationship between scientific research on Blacks and the repressive configuration assumed by the State apparatus regarding its academic debate in the Brazilian military dictatorship. Three works in Social Sciences in São Paulo are analyzed, namely the master’s degrees of Edson Antonio Eustáquio (ELSP) and Eduardo de Oliveira e Oliveira (USP), and the Ph.D. of Eduardo Judas Barros (USP), studies that, respectively, disappeared, remained incomplete and were silenced. We sought to elaborate the hypothesis of repression of Social Science research on race and class during the 1970s as a form of censorship of critical thinking and its public discussion in Brazil. The scarcity of sociological research in this period was due to surveillance and effective repression by the State, protecting the official dogma of racial democracy.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

  • Rafael Trapp, Universidade do Estado da Bahia

    Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense. Professor da Universidade do Estado da Bahia e do Mestrado em Ensino e Relações Etnicorraciais da Universidade Federal do Sul da Bahia. 

References

ALBERTO, Paulina. Terms of Inclusion: Black Intellectuals in Twentieth-Century Brazil. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2011.

ALMEIDA, Iracema de. Discurso. Diário Oficial do Estado de São Paulo: São Paulo, 19 out. 1976.

ALMEIDA, Iracema de. Entrevista. Jornegro, São Paulo, ano 3, n. 10, p. 4-6, 1980.

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019. Coleção Feminismos Plurais.

AZEVEDO, Thales de. As elites de cor numa cidade brasileira: um estudo de ascensão social. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1955.

AZEVEDO, Thales de. Democracia Racial: ideologia e realidade. Petrópolis: Vozes, 1975.

BASTIDE, Roger; FERNANDES, Florestan. Brancos e negros em São Paulo: ensaio sociológico sobre aspectos da formação, manifestações atuais e efeitos do preconceito de cor na sociedade paulistana. 4. ed. São Paulo: Editora Global, 2008 [1959].

BASTOS, Élide Rugai. Pensamento social da Escola Sociológica Paulista. In: MICELI, Sérgio (Org.). O que ler na ciência social brasileira. São Paulo: Sumaré/ANPOCS; Brasília/CAPES, 2002, p. 183-230.

BICUDO, Virgínia Leone. Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos em São Paulo. Edição organizada por Marcos Chor Maio. São Paulo, Editora Sociologia e Política, 2010 [1945].

BOSE, Monica. Gestão de pessoas no terceiro setor. Dissertação de Mestrado em Administração, FEA/USP, São Paulo, 2004.

CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese de Doutorado em Educação, FEUSP, São Paulo, 2005.

CARVALHO, Julia. Amordaçados: uma história da censura e de seus personagens. Barueri: Manole, 2013.

CARVALHO, Noel dos Santos. O produtor e cineasta Zózimo Bulbul: o inventor do cinema negro brasileiro. Revista Crioula, São Paulo, n. 12, nov. 2012. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/crioula/article/view/57858. Acesso em: 30 jan 2020. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2012.57858.

DOMINGUES, Petrônio. A redescoberta da África: O Grupo de Trabalho de Profissionais Liberais e Universitários Negros. Acervo, Rio de Janeiro, v. 33, n. 1, p. 101-127, jan./abr. 2020. Disponível em: http://revista.arquivonacional.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/1526/1440. Acesso em: 02 fev. 2020.

DOMINGUES, Petrônio. Movimento Negro Brasileiro: alguns apontamentos históricos. Tempo, Niterói, v. 12, n. 23, p. 100-122, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/tem/v12n23/v12n23a07. Acesso em: 01 jan. 2020. doi: https://doi.org/10.1590/S1413-77042007000200007.

FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes: o legado da “raça branca”. Prefácio de Antonio Sérgio Alfredo Guimarães. 5. ed. São Paulo: Globo, 2008 [1964], v. 1.

FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

FERNANDES, Florestan. O protesto negro. Revista São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 15-17, abr./jun. 1988.

FERNANDES, Florestan. Organização social dos Tupinambá. São Paulo: Instituto Progresso Editorial, 1949.

FICO, Carlos. Espionagem, Polícia Política, Censura e Propaganda. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília Almeida (Orgs.). O Tempo da Ditadura: Regime Militar e Movimentos Sociais em Fins do Século XX - O Brasil Republicano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. V. 4, p. 167-205.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro, Graal, 1979.

FREITAG, Bárbara. Florestan Fernandes por ele mesmo. Estudos Avançados, São Paulo, v. 10, n. 26, p. 129-72, 1996. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ea/v10n26/v10n26a15.pdf. Acesso em: 04 jan. 2020. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-40141996000100015.

GOHN, Maria da Glória. Depoimento. In: PERRUSO, Marco; ARAÚJO, Mônica da Silva (Orgs.). Ciência e política: memória de intelectuais. Rio de Janeiro: Mauad X/FAPERJ, 2015.

GOMES, Janaína Damasceno. Os segredos de Virgínia: estudo de atitudes raciais em São Paulo 1945-1955. Tese de Doutorado em Antropologia, FFLCH-USP, São Paulo, 2013.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo, Editora 34, 1999.

HASENBALG, Carlos. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

HASENBALG, Carlos. Relações Raciais no Contexto Nacional e Internacional. Estudos e Pesquisas, Niterói, v. 4, p. 9-41, 1998.

JOFFILY, Mariana. No centro da engrenagem: os interrogatórios na Operação Bandeirante e no DOI de São Paulo (1969-1975). Rio de Janeiro: AN; São Paulo: Edusp, 2013.

JOHNSON, Peter. Academic Press Censorship under Military and Civilian Regimes: The Argentine and Brazilian Cases, 1964-1975. Luso-Brazilian Review, v. 15, n. 1, p. 3-25, Summer, 1978. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/3512898?seq=1. Acesso em: 04 jan. 2020.

KEEN, Mike Fores. Stalking the Sociological Imagination: J. Edgar Hoover’s FBI Surveillance of American Sociology. Westport: Greenwood Press, 1999.

KÖSSLING, Karin Sant’Anna. As lutas anti-racistas de afro-descendentes sob vigilância do DEOPS/SP (1964-1983). Dissertação de Mestrado em História Social, FFLCH-USP, São Paulo, 2007.

KUHN, Annette. Cinema, Censorship and Sexuality, 1909-1925. London, New York: Routledge, 1988.

KUSHNIR, Beatriz. Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988. São Paulo: Boitempo, 2012.

LENT, Herman. O massacre de Manguinhos. 2. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz; Edições Livres, 2019 [1978].

LIMONGI, Fernando. A Escola Livre de Sociologia e Política. In: MICELI, Sergio (Org.). História das ciências sociais no Brasil. São Paulo, Vértice/Idesp/Finep, 1989.

MOTTA, Rodrigo Patto Sá. As universidades e o regime militar: Cultura política brasileira e modernização autoritária. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2014.

MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Os olhos do regime militar brasileiro nos Campi. As assessorias de segurança e informações das universidades. Topoi, Rio de Janeiro, v. 9, n. 16, jan.-jun. 2008, p. 30-67. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/topoi/v9n16/2237-101X-topoi-9-16-00030.pdf. Acesso em: 04 jan. 2020. doi: http://dx.doi.org/10.1590/2237-101X009016002.

NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014.

OLIVEIRA, Eduardo de Oliveira e. Uma Quinzena do Negro [1977]. In: ARAÚJO, Emanoel (Curador). Para nunca esquecer: negras memórias, memórias de negros. Brasília: MINC/Fundação Cultural Palmares, 2001.

PEREIRA, Amilcar Araújo. O Mundo Negro: a constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil (1970-1995). Tese de Doutorado em História, UFF, Niterói, 2013.

RATTS, Alex. Corpos negros educados: notas acerca do movimento negro de base acadêmica. Nguzu, Londrina, v. 1, n. 1, p. 28-39, mar./jul. 2011. Disponível em: http://www.uel.br/neaa/sites/default/files/revistas/nguzu_miolo_final.pdf. Acesso em: 04 jan. 2020.

RIOS, Flávia. O protesto negro no brasil contemporâneo (1978-2010). Lua Nova, São Paulo, v. 85, p. 41-79, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ln/n85/a03n85.pdf. Acesso em: 04 jan. 2020. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-64452012000100003.

RIOS, Flávia. Elite política negra no Brasil: relação entre movimento social, partidos políticos e Estado. Tese de Doutorado em Sociologia, FFLCH-USP, São Paulo, 2014.

RODRIGUES, Lidiane Soares. A produção social do marxismo universitário em São Paulo: mestres, discípulos e “um seminário” (1958-1978). Tese de Doutorado em História Social, FFLCH-USP, São Paulo, 2011.

ROJAS, Fabio. From Black Power to Black Studies: How a Radical Social Movement Became an Academic Discipline. Baltimore: John Hopkins University Press, 2007.

SANTOS, Ivair Augusto Alves dos. O Movimento Negro e o Estado: o caso do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra no Governo de São Paulo (1983-1987). Dissertação de Mestrado em Ciência Política, PPGCP-UNICAMP, Campinas, 2005.

SANTOS, Joel Rufino. O Movimento Negro e a crise brasileira. Política e Administração, Rio de Janeiro, v. 2, jul./set. 1985, p. 285-308. Disponível em: http://joelrufinodossantos.com.br/páginas/artigos/o-movimento-negro-e-a-crise-brasileira.asp. Acesso em: 04 jan. 2020.

SANTOS, Rafaela Mateus Antunes dos. O outro lado da Rua Maria Antonia: a atuação das juventudes de direita em 1960. Dissertação de Mestrado em História, UFF, Niterói, 2015.

SCHWARZ, Roberto. Cultura e política, 1964-1969 [1970]. In: SCHWARZ, Roberto. As ideias fora do lugar: ensaios selecionados. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

SCOTT, James. A dominação e a arte da resistência: discursos ocultos. Lisboa: Letra Livre, 2013.

SEREZA, Haroldo. Florestan: a inteligência militante. São Paulo: Boitempo, 2005.

SILVA, Joana. Centro de Cultura e Arte Negra – CECAN. São Paulo: Selo Negro, 2012.

SILVA, Mário Augusto Medeiros da. A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil (1960-2000). Rio de Janeiro: Aeroplano, 2013.

SILVA, Viviane Angélica. Cores da tradição: uma história do debate racial na Universidade de São Paulo (USP) e a configuração racial do seu corpo docente. Tese de Doutorado em Educação, FEUSP, São Paulo, 2015.

SIMÕES, Júlio Assis. Um ponto de vista sobre a trajetória da Escola de Sociologia e Política. In: KANTOR, Íris et al. (Orgs.). A Escola Livre de Sociologia e Política: anos de formação 1933-1953: depoimentos. São Paulo: Escuta, 2001.

SKIDMORE, Thomas Elliot. Race and Class in Brazil: Historical Perspectives. Luso-Brazilian Review, v. 20, n. 1, p. 104-118, Summer, 1983. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/3513220?seq=1. Acesso em: 04 jan. 2020.

SÜSSEKIND, Flora. Censura: uma pista dupla. In: SÜSSEKIND, Flora. Literatura e vida literária: polêmicas, diários & retratos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985, p. 17-70.

TRAPP, Rafael Petry. “Nós somos brasileiros vivos”: Iracema de Almeida, raça e educação profissional em São Paulo (década de 1970). Revista do Coletivo Seconba, Barreiras, v. 2, n. 1, p. 87-98, nov. 2018. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/seconba/article/view/5476. Acesso em: 04 jan. 2020.

TRAPP, Rafael Petry. O Elefante Negro: Eduardo de Oliveira e Oliveira, raça e pensamento social no Brasil. São Paulo: Alameda Editorial, 2020.

VASALLO, Clarisbel Gómez. Las ciencias sociales cubanas en el torbellino revolucionário: relaciones interraciales y discurso científico-social. Revista de la Universidad de La Habana, v. 273, p. 130-155, 2012. Disponível em: http://www.revuh.uh.cu/index.php/UH/article/view/24. Acesso em: 04 jan. 2020.

Published

2021-05-26

Issue

Section

História, Historiografia e Memória

How to Cite

TRAPP, Rafael. Censored sociology: race, class and Social Science research in the Brazilian military dictatorship (1971-1977). Revista de História, São Paulo, n. 180, p. 1–32, 2021. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2021.169268. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/169268.. Acesso em: 31 may. 2024.