Candeal is where i planted my orchard. A family shrine to Ogum. Salvador c.1813 - c. 1970
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2022.180892Keywords:
Candomblé in Bahia, Hausas, Oral tradition, Ogun, Family shrinesAbstract
In the working-class neighborhood of Candeal Pequeno, located in the city of Salvador, there is a family shrine dedicated to the orixá Ogun. According to oral tradition, the shrine was established during the time of slavery by a prosperous African couple who owned large amounts of property and who founded the neighborhood. This article first reconstructs the family’s trajectory and its involvement in the cult to Ogun, identifying heterogeneous ethnic influences which varied over the course of time. The paper then discusses Ogun’s role among different peoples of the Bight of Benin region, with special attention to his importance for farmers such as the couple who created the shrine. The individual case study of the family in Candeal sheds light on the involvement of freed Africans in agriculture, as well as on the mutual influences among different African peoples in the religious domain both in Brazil and in Africa.
Downloads
References
AKINTOYE, S. A. The North-Eastern Yoruba Districts and the Benin Kingdom. Journal of the Historical Society of Nigeria, v. 4, no 4, 1969, p. 539–553.
APTER, Andrew. Herskovits’s Heritage: Rethinking Syncretism in the African Diaspora. Diaspora, v. 1, no 3 (1991), p. 235–260.
ASSMAN, Aleida. Transformations between History and Memory. Social Research, v. 75, no 1 (2008), p. 49–72.
BABALOLA, Adeboye. Portrait of Ogun as Reflected in Ijala Chants. In: BARNES, Sandra T. (org.). Africa’s Ogun: Old World and New. Bloomington: Indiana University Press, 1997.
BARNES, Sandra T. & BEN-AMOS, Paula Girshick. Ogun, the Empire Builder. In: BARNES, Sandra T. (org.). Africa’s Ogun: Old World and New. Bloomington: Indiana University Press, 1997.
BASCOM, William. Sixteen Cowries: Yoruba Divination from Africa to the New World. Bloomington: Indiana University Press, 1993.
BASCOM, William. Yoruba Food. Africa, v. 21, no 1 (1951), p. 41–53.
BASTIDE, Roger. The African Religions of Brazil: Towards a Sociology of the Interpenetration of Civilizations. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1978.
BAY, Edna G. Wives of the Leopard: Gender, Politics, and Culture in the Kingdom of Dahomey. Charlottesville: University of Virginia Press, 1998.
BRITO, Luciana da Cruz. Temores da África: segurança, legislação e população africana na Bahia oitocentista. Salvador: Edufba, 2016.
CALAINHO, Daniela Buono. Metrópole das mandingas: Religiosidade negra e inquisição portuguesa no Antigo Regime. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
CARNEIRO, Edison. Candomblés da Bahia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991 [1948].
CASTILLO, Lisa Earl. O terreiro do Alaketu e seus fundadores: História e genealogia familiar, 1807–1867. Afro-Ásia, no 43 (2011), p. 213–256.
CASTILLO, Lisa Earl. Bamboxê Obitikô e a expansão do culto aos orixás (século XIX): uma rede religiosa afroatlântica. Revista Tempo, v. 22, no 39 (2016), p. 126–153. DOI: 10.20509/TEM-1980-542X2016v223907
CASTILLO, Lisa Earl. O terreiro do Gantois: redes sociais e etnografia histórica no século XIX. Revista de História no 176 (2017).
CASTILLO, Lisa Earl & ANDRADE, Urano. Famílias africanas em tempos do tráfico atlântico: o resgate de parentes em cinco cartas de alforria (Bahia, 1818–1830). Afro-Ásia, no 60 (2020), p. 253–274.
CASTILLO, Lisa Earl & PARÉS, Luis Nicolau. Marcelina da Silva e seu mundo: novos dados para uma historiografia do candomblé ketu. Afro-Ásia, no 36 (2007), p. 111–151.
COSENTINO, Donald. Repossession: Ogun in Folklore and Literature. In: BARNES, Sandra T. (org.), Africa’s Ogun: Old World and New. Bloomington: Indiana University Press, 1997.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Negros, estrangeiros: os escravos libertos e sua volta à África, 2a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
DANFULANI, Umar Habila Dadem. Factors Contributing to the Survival of the Bori Cult in Northern Nigeria. Numen International Review for the History of Religions, v. 46 (1999): 412–447.
DANTAS, Beatriz Góis. Papai branco e vovó nagô: Usos e abusos da África no Brasil. Rio de Janeiro, Graal, 1988.
DAYAN, Joan. Haiti, History and the Gods. Berkeley: University of California Press, 1995.
DENNETT, R. E. Nigerian Studies, or, the Religious and Political System of the Yoruba. Londres: Macmillan, 1910.
DIOUF, Sylviane. Servants of Allah: African Muslims Enslaved in the Americas. Nova York: New York University Press, 1998.
FARIAS, Juliana Barreto. Assumano Mina do Brasil: personagens e Áfricas ocultas, 1892–1927. In: FARIAS, Juliana Barreto; SOARES, Carlos Eugênio Líbano; e GOMES, Flávio dos Santos. No labirinto das nações: africanos e identidades no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005, p. 265–297.
FERRETTI, Sérgio. Repensando o sincretismo. 2a ed. São Paulo: Edusp/Arché, 2013.
FERRETTI, Sérgio. Sincretismo e hibridismo na cultura popular. Revista Pós Ciências Sociais (Maranhão), v.11, no 21 (2014), p. 15–34.
FLAKSMAN, Clara. ‘De sangue’ e ‘de santo’: o parentesco no candomblé. Mana, v. 24, no 3 (2018), p. 124–150.
FOUCAULT, Michel. Nietzsche, a genealogia e a história. In FOUCAULT, Michel, Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1984, p. 15–38.
GADÊLHA, Marcelo Almeida. Organizações Brown: identidade cultural e liderança em um complexo de organizações baianas. Dissertação de mestrado em Administração, Universidade Federal da Bahia, 2004.
GREENBERG, Joseph H. Arabic Loan-Words in Hausa, WORD, v. 3, no 1–2 (1947), p. 85–97.
LAST, D. M & AL-HAJI, M. A. Attempts at defining a Muslim in 19th Century Hausaland and Bornu. Journal of the Historical Society of Nigeria, v. 3, no 2 (1965), p. 231–240.
LAW, Robin. Oral Tradition as History. In MPALIVE-HANGSON, Msiska e Paul Hyland (orgs.). Writing and Africa. Nova York: Routledge, 2014, p. 159–173.
LEAL, Maria das Graças de Andrade. Candeal: ocupação e constituição de um bairro em Salvador, Bahia (séculos XVIII-XX). Revista Tempos Históricos, v. 18, no 2 (2014), p. 537–558.
LE HERISSE, Auguste. L’ancien royaume du Dahomey: moeurs, religion, histoire. Paris: Emile Larose, 1911.
LIMA, Alexandre Mantovani de. Memórias e identidades de um terreiro de Candomblé: Ilé Ògún Anaeji Ìgbele Ni Oman – Àse Pantanal: a Nação Efon em Duque de Caxias – Rio de Janeiro. Dissertação de mestrado em ciências da religião, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2014.
LIMA, Ari. De Ilha de Sapo à Ilha da Fantasia: reterritorialização e identidade negra. Goiânia, Sociedade e Cultura, v. 4, no 2 (2001), p. 45–66.
LIMA, Vivaldo da Costa. A anatomia do acarajé e outros escritos. Salvador: Corrupio, 2010.
LIMA, Vivaldo da Costa. Nações de candomblé. In: Encontro de nações de candomblé: anais do encontro realizado em Salvador, 1981. Salvador: Ianamá/Centro de Estudos Afro-Orientais, 1984.
MAHMOUD-MUKADAM, Abdur-Rasheed & ADEBISI, Abdulwahid Aliy. Language Borrowing between Arabic and Yoruba. Izdihar: Journal of Arabic Language Teaching, Linguistics, and Literature, v. 2 no 1 (2019), p. 53–66.
MASQUELIER, Adeline. Lightning, Death and the Avenging Spirits: ‘Bori’ Values in a Muslim World. Journal of Religion in Africa, v. 24, nº 1 (1994), p. 2–51.
MINTZ, Sidney & PRICE, Richard. O nascimento da cultura afro-americana: uma perspectiva antropológica. Rio de Janeiro: Pallas, 2003.
NASCIMENTO JUNIOR, Manoel Maria do. O distrito soteropolitano de Brotas na Primeira República (1889-1930): conflitos sociais na sua produção, apropriação e uso do seu espaço urbano. Dissertação de mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Salvador, Universidade Federal da Bahia, 2019.
NUNES, Erivaldo Sales, Bate-folha: trajetória e memória do candomblé de Bernardino. Salvador: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, 2020.
OLIVEIRA, Maria Inês Cortes de. Viver e morrer no meio dos seus: nações e comunidades africanas na Bahia do século XIX. São Paulo, Revista USP, no 28 (1995), p. 174–193.
ONWUEJEOGWU, Michael. The Cult of the ‘Bori’ Spirits among the Hausa. In: DOUGLAS, Mary & KABERRY, Phyllis M. (orgs.). Man in Africa. Nova York: Anchor Books, 1971.
OLICK, Jeffrey K. From Collective Memory to the Sociology of Mnemonic Practices and Products. In ERLL, Astrid; NÜNNING, Ansgar (orgs.). Cultural Memory Studies: An International and Interdisciplinary Handbook. Berlin: Walter de Gruyter, 2008, p. 151–162.
PALMER, H. R. The Kano Chronicle. Journal of the Royal Anthropological Institute, v. 38 (1908), p. 58–98.
PARÉS, Luis Nicolau. O rei, o pai e a morte: a religião vodum na antiga Costa dos Escravos na África Ocidental. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
PARÉS, Luis Nicolau. A formação do candomblé: história e ritual da nação jeje na Bahia. Campinas: Editora Unicamp, 2006.
PARÉS, Luis Nicolau. O mundo atlântico e a constituição da hegemonia nagô no Candomblé baiano. Esboços: Histórias em contextos globais, v. 17, no 23 (2010), p. 165–185.
PARÉS, Luis Nicolau; CASTILLO, Lisa Earl. José Pedro Autran e o retorno de Xangô. Religião e Sociedade, v. 35, no 1 (2015), p. 13-43.
PEEL, J.D.Y. A Comparative Analysis of Ogun in Pre-Colonial Yorubaland. In: BARNES, Sandra T. (org.). Africa’s Ogun: Old World and New. Bloomington: Indiana University Press, 1997.
PEMBERTON, John. The Dreadful God and the Divine King. In: BARNES, Sandra T. (org.). Africa’s Ogun: Old World and New. Bloomington: Indiana University Press, 1997.
PEREIRA, Flavia Lago de Jesus. Modernizar as cidades, civilizar os costumes: repressão a espíritas e candomblecistas na Bahia republicana (1920–1940). Dissertação de mestrado em história, Universidade Federal da Bahia, 2015.
PIERSON, Donald. Brancos e pretos na Bahia: estudo de contato racial. São Paulo: Editora Nacional, 1945.
PRESTES, Walter. O homem que passou. Jornal do Brasil, 28/08/1929 (ed. 206), p. 8.
RAMOS, Arthur. O negro brasileiro: etnografia religiosa. 2 a ed. São Paulo: Editora Nacional, 1940.
REIS, João José. “Por sua liberdade me oferece uma escrava”: alforrias por substituição na Bahia, 1800-1850. Afro-Ásia, no 63 (2021), p. 232-290.
REIS, João José. De escravo a rico liberto: a trajetória do africano Manoel Joaquim Ricardo na Bahia oitocentista. Revista de História (São Paulo), no 174 (2016), p. 15–68.
REIS, João José. Há duzentos anos: a revolta escrava de 1814 na Bahia. Revista Topoi, v. 15, nº 28 (2014), p. 68–115.
REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos & CARVALHO, Marcus J. M. de Carvalho. O alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico Negro (c. 1822 – c. 1853). São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
REIS, João José. Domingos Sodré, um sacerdote africano: escravidão, liberdade e candomblé na Bahia do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: A história do levante dos malês em 1835. 2a edição revista e ampliada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
REIS, João José. O ‘rol dos culpados’: notas sobre um documento da rebelião de 1835. Anais do Arquivo Público da Bahia, v. 48 (1985), p. 109–132.
RIO, João do. As religiões no Rio. Rio de Janeiro: José Olympio Editores, 2006.
ROBINS, Jonathan E. Smallholders and Machines in the West African Palm Oil Industry, 1850–1950. African Economic History, v. 46, no 1 (2018), p. 69–103.
RODRIGUES, Nina. Os africanos no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1935.
SAMUEL, Adeoba Oluwamuyiwa. The Impact of Religion on the People of Ile-Oluji, Ondo State. Trabalho de conclusão de curso em estudos de religião. Ekiti State University, Ado Ekiti, Nigéria, 2014.
SANTOS, Deoscóredes M. dos. História de um terreiro nagô. São Paulo: Max Limonad, 1988.
SANTOS, Vanicleia Silva. As bolsas de mandinga no espaço atlântico: século XVIII. Tese de doutorado em história, São Paulo, USP, 2008.
SILVA, Alberto da Costa e. Comprando e vendendo Alcorões no Rio de Janeiro do século XIX. Estudos Avançados, v. 18, no 50 (2004), p. 285-294.
SILVEIRA, Renato da. Sobre a fundação do terreiro do Alaketo. Afro-Ásia, no 29/30 (2003), p. 345–379.
SOARES, Cecília Moreira. Resistência negra e religião: a repressão ao candomblé de Paramerim, 1853. Estudos Afro-Asiáticos, no 23 (1992), p. 133–142.
SOARES, Cecília Moreira. Encontros, desencontros e (re) encontros da identidade religiosa de matriz africana: a história de Cecilia do Bonocô, Onã Sabagi. Tese de doutorado em ciências sociais. Recife, Universidade Federal de Pernambuco, 2009.
SOARES, Rafael de Oliveira (2005). “Feitiço de Oxum”: um estudo sobre o Ilê Axé Iyá Nassô Oká e suas relações em rede com outros terreiros. Salvador: Tese de doutorado em antropologia, Universidade Federal da Bahia.
SOARES, Mariza de Carvalho (org.). Diálogos makii de Francisco Alves de Souza: manuscrito de uma congregação católica de africanos Mina, 1786. São Paulo: Chão Editora, 2019.
SOARES, Mariza de Carvalho. Devotos da cor: identidade étnica, religiosidade e escravidão no Rio de Janeiro, século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
SOUSA, Vilson Caetano de. Ijexá, o povo das águas. Recife: Editora Liceu, 2019.
SOUSA, Vilson Caetano de. Comida de santo, comida de branco. REPOCS Revista Pós Ciências Sociais, v. 11, no 21 (2014), p. 127–142.
SOUSA, Vilson Caetano de. Orixás, santos e festas: encontros e desencontros do sincretismo afro-católico na cidade de Salvador. Salvador: Editora da Uneb, 2003.
VANSINA, Jan. Oral Tradition: A Study in Historical Methodology. Londres: Routledge, 1965.
VANSINA, Jan. Oral Tradition as History. Madison: University of Wisconsin Press, 1985.
VERGER, Pierre. Orixás: deuses iorubás na África e no Novo Mundo. Salvador: Fundação Pierre Verger, 2018.
VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o Golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos, séculos XVII-XIX. 4a ed. Salvador: Corrupio, 2002.
VERGER, Pierre. Notas sobre o culto aos orixás e voduns. São Paulo: Edusp, 1998.
VOEKS, Robert A. Sacred Leaves of Candomblé: African Magic, Medicine and Religion in Brazil. Austin: University of Texas Press, 1997.
WATKINS, Case. African Oil Palms, Colonial Socioecological Transformation and the Making of an Afro-Brazilian Landscape in Bahia, Brazil. Environment and History, no 21 (2015), p. 13–42.
Downloads
Published
Issue
Section
License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).