Ancient names, modern characters: rhetorical-poetic tradition and literary modernity in Machado de Assis

Authors

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2022.183209

Keywords:

Naming of literary characters, Machado de Assis’ short stories, Antonomasia, Classic tragedy, Pylades and Orestes

Abstract

The purpose of this article is to analyze how Machado de Assis appropriated the rhetorical-poetic tradition, rewrote and updated traditional poetic genres - in particular, the classic tragedy - through the use of antonomasia. The writer used this rhetorical procedure, which produces a double naming of the character, throughout his career, in the most diverse genres he practiced. Analyzing this occurrence in three short stories - “Virginius: narrative of a lawyer” (1864), “What are the girls” (1866), and “Pílades e Orestes” (1903), I intend to demonstrate the changes that went through the contradictory relationship between rhetorical-poetic tradition and literary modernity in Machado de Assis. In the second phase of his work, unlike what happened in the first, modern characters were taken as legitimate heirs to the old names. Using the names of the tragedy to translate the history of contemporary characters, Machado de Assis broke with the separation of styles, typical of the rhetorical-poetic regime, and demonstrated his full adherence to the modern concept of literature.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

  • Raquel Machado Gonçalves Campos Salomon, Universidade Federal de Goiás

    Doutora em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Professora da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás.

References

ARAÚJO, Luiz Orlando de. “Encenando a amizade: Pílades e Orestes na tragédia grega”. In: Letras clássicas, n. 12, p. 25-35, 2008. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/letrasclassicas/article/view/73898/77560 Acesso em: 2 set. 2021.

ARISTÓTELES. Poética. Tradução, prefácio, introdução, comentário e apêndices de Eudoro de Sousa. 8ª ed. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2010.

AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2004.

BAPTISTA, Abel Barros. Quatro advertências. In: Idem. Autobibliografias: solicitação do livro na ficção de Machado de Assis. Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp, 2003. p. 322-337.

BRANDÃO, Jacyntho Lins. A Grécia de Machado de Assis. In: Jacyntho Lins Brandão: Professor Titular de Língua e Literatura Grega. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/jlinsbrandao/ Acesso em: 17 fev. 2021.

CAMPOS, Raquel. Entre ilustres e anônimos: a concepção de história em Machado de Assis. Chapecó, Santa Catarina: Argos, 2016.

CASTELLO, José Aderaldo (org.). A polêmica sobre “A Confederação dos Tamoios”. Críticas de José de Alencar, Manuel de Araujo Porto-Alegre, D. Pedro II e outros, colegidas e precididas de uma introdução por [...]. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, 1958.

COUTINHO, Afrânio. Machado de Assis na literatura brasileira. In: MACHADO DE ASSIS. Obra completa em três volumes. Organizada por Afrânio Coutinho. Volume I: Romance. 9ª reimpressão da 1ª edição. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 23-65.

CRESTANI, Jaison Luís. Narrador sob suspeita. In: Machado de Assis no Jornal das Famílias. São Paulo: Edusp; Nankin Editorial, 2009, p. 128-135.

CRESTANI, Jaison Luís. O Cruzeiro e a reinvenção de Machado de Assis. In: História Revista. Goiânia, v. 24, n. 3, set.-dez. 2019, p. 14-34. Dossiê Machado de Assis – 180 anos: abordagens históricas da literatura. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/historia/article/view/61001/35131 Acesso em: 05 mar. 2021. DOI: https://doi.org/10.5216/hr.v24i3.61001

DAVID, Jerôme. Balzac, une éthique de la description. Paris: Honoré Champion, 2010.

DICTIONNAIRE DES PERSONNAGES littéraires et dramatiques de tous les temps et de tous les pays. Paris: Robert Laffont, 1999, p. 817-818.

EURIPIDE. “Iphigénie en Tauride”; “Oreste”. In: Théâtre de Euripide. Traduction nouvelle précédée d’une notice biographique et littéraire accompagnée de notes explicatives et suivie des notes de J. Racine sur le Théâtre d’Euripide par Émile Pessonneaux. Tome second. Paris: Charpentier et cie. Libraires-Éditeurs, 1875, p. 115-166 ; p. 213-273.

FAORO, Raymundo. “O moralismo em conflito com a história e a sociologia”. In: Machado de Assis, a pirâmide e o trapézio. 4ª ed. revista. São Paulo: Globo, 2009.

GOMES, Eugênio. Machado de Assis – influências inglesas. Rio de Janeiro: Pallas; Brasília: INL, 1976.

GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Os leitores de Machado de Assis: o romance machadiano e o público de literatura no século 19. São Paulo: Nankin Editorial; Editora da Universidade de São Paulo, 2004.

GUIMARÃES, Hélio de Seixas. O impacto da obra de Machado de Assis sobre as concepções de romance. In: Machado de Assis em linha: revista eletrônica de estudos machadianos, Rio de Janeiro: n. 1, jun. 2008. Disponível em: http://machadodeassis.net/download/numero01/num01artigo04.pdf Acesso em: 04 mar. 2021.

HANSEN, João Adolfo. Um nome por fazer. In: Idem. A sátira e o engenho: Gregório de Matos e a Bahia do século XVII. 2ª edição revista. Cotia, São Paulo: Ateliê Editorial; Campinas: Editora da Unicamp, 2004, p. 29-103.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Aurora sem dia. In: MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Histórias da Meia-Noite. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília: INL, 1977a. (Edições críticas das obras de Machado de Assis, v. 4).

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Virginius: narrativa de um advogado. In: Jornal das Familias: publicação illustrada, recreativa, artistica, etc, Rio de Janeiro: B.L Garnier Editor-proprietario, anno de 1864. p.192-197; 223-231.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. A mão e a luva. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília, INL, 1977b.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Memórias póstumas de Brás Cubas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília, INL, 1977c.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Pílades e Orestes. In: Idem. Relíquias de Casa Velha. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília, INL, 1977d. p. 121-131.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Uma visita de Alcebíades. In: MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Obra completa em três volumes. Volume II: Conto e Teatro. Organizada por Afrânio Coutinho. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 352-357.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. O que são as moças. In: MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Obra completa em quatro volumes. Volume II: conto. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 2008a, p. 849-862.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Os deuses de casaca. In: MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Obra completa em quatro volumes, Volume III: conto, poesia, teatro, miscelânea, correspondência. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 2008b, p. 967-987.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. O programa. In: MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Obra completa em quatro volumes. Volume III: Conto, poesia, teatro, miscelânea, correspondência. Organização de Aluizio Leite, Ana Lima Cecilio, Heloisa Jahn. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008c, p. 86-100.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Obras completas de Machado de Assis. Volume 27: A Semana (1893-1894). Rio de Janeiro: São Paulo: Porto Alegre: W. M. Jackson Inc., 1959

MARTINS, Eduardo Vieira. A fonte subterrânea: José de Alencar e a retórica oitocentista. Londrina: EdUEL; São Paulo: Edusp, 2005.

MASSA, Jean-Michel. La bibliothèque de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1961.

MAUPASSANT, Guy. Étude sur le roman. Préface à Pierre et Jean. In: Préface des romans français du XIXe. siècle. Antologia estabelecida, apresentada e anotada por Jacques Noiray. Paris: Librairie Génerale Française, 2007, p. 359-380.

OLIVA, Osmar Pereira. Amizade masculina e homoerotismo em Dom Casmurro, de Machado de Assis. In: Machado de Assis em linha: revista eletrônica de estudos machadianos, v. 10, n. 22, p. 74-93, dez. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-68212017000300074 Acesso em: 09/03/2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-6821201710226.

PASSOS, José Luiz. Machado de Assis: o romance com pessoas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Nankin Editorial, 2007.

RANCIÈRE, Jacques. La parole muette: essai sur les contradictions de la littérature. Paris: La Fabrique, 2005.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Trad. de Monica Costa Netto. São Paulo: EXO experimental org., Ed. 34, 2005.

REGO, Enylton de Sá. O calundu e a panaceia: Machado de Assis, a sátira menipeia e a tradição luciânica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989.

ROBERT, Marthe. Por que o romance? In: ROBERT, Marthe. Romance das origens, origens do romance. São Paulo: Cosac Naify, 2007, p. 11-31.

ROCHA, João Cezar de Castro. Machado de Assis: por uma poética da emulação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

ROUANET, Sérgio Paulo. Riso e melancolia: a forma shandiana em Sterne, Diderot, Xavier de Maistre, Almeida Garrett e Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SANTIAGO, Silviano. Retórica da verossimilhança. In: SANTIAGO, Silviano. Uma literatura nos trópicos. 2ª edição. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 27-46.

SENNA, Marta de; NASCIMENTO, Laíza Verçosa. Nota desta edição eletrônica. In: MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Relíquias de Casa Velha. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa, junho de 2013. Disponível em: http://www.machadodeassis.net/hiperTx_romances/obras/tx_reliquiasdecasavelha.htm. Acesso em: 08/03/2021.

SOPHOCLE. Électre. In: Les tragédies de Sophocle. Traduites en français par M. Bellaguet avec une notice sur Sophocle par M. Éd. Tournier. Paris: Librairie Hachette, 1879.

SOUZA, Roberto Acízelo. O império da eloquência: retórica e poética no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: Ed.UERJ, EdUFF, 1999.

VILLAÇA, Alcides. Machado de Assis, tradutor de si mesmo. In: Novos Estudos CEBRAP. São Paulo, n. 51, p. 3-14, julho de 1998. Disponível em: http://novosestudos.com.br/produto/edicao-51/. Acesso em: 21 set. 2021.

Published

2022-01-04

Issue

Section

Dossiê: Autoria e Autoridade entre Antigos e Modernos

How to Cite

SALOMON, Raquel Machado Gonçalves Campos. Ancient names, modern characters: rhetorical-poetic tradition and literary modernity in Machado de Assis. Revista de História, São Paulo, n. 181, p. 1–26, 2022. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2022.183209. Disponível em: https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/183209.. Acesso em: 29 may. 2024.