Além da arquitetura e da cidade, o lugar único
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8354.v7i7p173-191Palavras-chave:
Arquitetura, Cidade, Atmosfera, Peter Zumthor, Martin Heidegger, Christian Norberg-SchulzResumo
O presente texto é uma apreciação sobre a problematização da relação homem-espaço como ferramenta para a construção de uma experimentação única, que nos dê a sensação de pertencimento, de transformação do que era originalmente um espaço estranho, agora um lugar de maior empatia e identidade. Para tanto, serão utilizados conceitos da fenomenologia pautados nos ensaios de Martin Heidegger, Christian Norberg-Schulz e Gernot Böhme. Para esses pensadores, a experimentação do espaço é mediada pela consciência corporal obtida a partir de nosso encontro com as coisas - a tectônica, os materiais, a topografia, a tipologia e a população local. Nesse ponto, salienta-se a priorização da experiência e a sensação de se estar em um lugar único que incorpore o genius loci (o espírito do lugar). Acrescenta-se à essa chave a reflexão relacionada à apreensão psíquica do projeto arquitetônico e urbanístico a partir do conceito de atmosfera definido pelo filósofo alemão Gernot Böhme - em referência explícita a Heidegger -, como um espaço sintonizado com um conjunto de elementos indefinidos e espacialmente distribuídos. Isso se dá por meio da correlação entre uma presença emissora e a percepção física do sujeito. Soma-se à essa narrativa, a análise do projeto do sítio arqueológico Shelters for Roman, do arquiteto suíço Peter Zumthor, por lá serem encontrados vários dos temas trabalhados por esses filósofos e pelo próprio arquiteto. Para efeito de reflexão, sempre que nos debruçarmos sobre o tema da arquitetura estaremos também, embora de forma indireta, abordando as cidades.
Downloads
Referências
Böhme, Gernot. Atmosphäre. Frankfurt: Suhrkamp; 1995.
Böhme, Gernot. Encountering Atmospheres. A Reflection on the Concept of Atmosphere in the Work of Juhani Pallasmaa and Peter Zumthor. In: OASE#91, Journal for Architects, v. 93; 2014.
Debord, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Lisboa: Mobilis in Mobile; 1997. Fischer, Ole. Atmospheres, Architectural Spaces between Critical. In: Field journal, v. 01; 2007.
Jameson, Fredric. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática; 1998.
Heidegger, Martin. Ser e tempo. São Paulo: Vozes; 2014.
Heidegger, Martin. A origem da obra de arte. Lisboa: Edições 70; 1990.
Lipovetsky, Gilles; Serroy, Jean. A Estetização do mundo - viver na era do Capitalismo Artista. São Paulo: Companhia das Letras; 2014.
Nesbitt, Kate (org.). Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica, 1965-1995. São Paulo: Cosac Naify; 2008.
Norberg-Schulz, Christian. Existence, Space and Architecture. Londres: Cox and Wyman; 1972.
Pallasmaa, Juhani; Alvarado, Rodrigo G. Tocando el Mundo: espacio vivencial, visión y hapticidade. In: Architecturas del Sul v. 27 n. 36. Concepción; 2009.
Zevi, Bruno. Saber Ver a Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes; 2000.
Zevi, Bruno. História da Arquitetura Moderna, vol II. Lisboa: Arcadia; 1978.
Zumthor, Peter. Atmosferas: entornos arquitectonivos-as coisas a mi alrededor. Barcelona: Gustavo Gili; 2006.
Zumthor, Peter. Presence in Architecture, Seven Personal Observations. In: Tel Aviv University; 2013.
Zumthor, Peter; Durisch, Thomas; Keusch, Beat. Peter Zumthor Therme Vals.Zurique: Verlag Scheidegger; 2014.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença CreativeCommonsAttribution CC-BY que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).