Tempo, movimento e urbanidade: slow cinemas e a estética da lentidão como experiência do viver urbano real
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8354.v12i12p233-256Palavras-chave:
slow cinema, imaginário urbano, lentidão, cinema, cidadeResumo
Adentrando no debate dos imaginários urbanos criado pela linguagem cinematográfica, busca-se discutir a relação entre filmes urbanos da tendência Slow Cinemas e o discurso de “experiência urbana lenta” que se constrói por meio dessa produção. Para tal, optou-se por fazer uma aproximação dos princípios de lentidão que essa tendência incorpora com os debates existentes nos estudos urbanos que teorizam sobre as práticas “lentas” no espaço da cidade como uma experiência de resistência da mercantilização da vida urbana. Objetiva-se, contribuir para os debates sobre a formação histórica da imagem da cidade contemporânea, propondo discutir o caráter plural que se tem sobre as representações do viver citadino, interseccionando saberes do campo da arte, da cultura e dos estudos urbanos. A hipótese é que, pela relação cidade-cinema-espectador, a lentidão transcrita pela mobilidade dos corpos nos Slow Cinemas dimensiona uma apreensão contemplativa da urbanidade representada no espaço fílmico. Existe uma similitude entre o processo de apreensão do filme e da cidade representada, de modo a constituir uma territorialidade lenta que restaura um senso de experiência sensível contrária às temporalidades do consumo. Portanto, no visionamento dos filmes, pelo registro da duração da experiência no urbano, evoca-se um lugar de reflexão sobre o viver contemporâneo.
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