Tarifa Zero na mobilidade, imaginando a igualdade para uma utopia presente

Resumo

O ensaio a seguir parte das inquietações sobre os tempos atuais, apontadas pelo antropólogo Francês Marc Augé, e sistematizadas em três eixos: a hegemonia do presente, em cuja face perversa estão o descrédito da política e da ciência; a ausência de sentido, resultante em consumo exacerbado como efeito da aceleração do cotidiano; e a imaginação, cujo esforço e utopia assentam-se em imaginar a humanidade a partir de existência que minimize as desigualdades, parafraseando o título de Augé. O texto propõe pensar estas três perspectivas em relação à mobilidade e especificamente à Tarifa Zero, ou passe livre, no Brasil. De um lado vivencia-se momento de mudanças políticas e polarizações nacionais, de outro, um cenário tensionado, entre direitos e manifestos e a tentativa de conter a democracia e os direitos civis por meios violentos. Sendo assim, torna-se cada vez mais urgente imaginar no presente.