Espaço, poder e perplexidade: expografia como prática emancipatória

Autores

  • Fellipe Brum Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado de Minas Gerais
  • Rachel de Sousa Vianna Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8354.v19i19p%25p

Palavras-chave:

público, recepção estética, expografia, museus de arte, experiência

Resumo

Este artigo investiga como a organização espacial influencia poder e percepção, da Pnyx ateniense às exposições contemporâneas. Analisa a expografia como ferramenta política capaz de promover emancipação ou reproduzir dominação. Discute os desafios de engajar públicos através de abordagens expográficas que transformem visitantes em participantes ativos através de situações desafiadoras.

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Biografia do Autor

  • Fellipe Brum, Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado de Minas Gerais

    LGBTQIAPN+ nasceu e vive em Belo Horizonte, formou-se em São Paulo. É arquiteto, urbanista e artista visual graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Estagiou no Dep. de Edificações da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras da Prefeitura Municipal de São Paulo (EDIF-SIURB-PMSP), onde participou de projetos, levantamentos, acessibilidade, licitação, aprovação e execução de reforma e construção de creches, escolas fundamentais, CEUs, um hospital, centros esportivos, parques e equipamentos culturais, também do restauro do Theatro Municipal de SP. Foi membro do Grupo Museu Patrimônio (GMP-FAU-USP) a partir de 2014, presidido pela Professora Titular Maria Cecília França Lourenço. Ali estudou a memória e esquecimento no contexto urbano de São Paulo, teoria e história da arte, museologia e museografia, patrimônio histórico, curadoria e acervo, preservação e restauro, também as teorias situacionistas da crítica à separação e psicogeografia em Debord, assim como os escritos sobre o tempo, imagem e duração em Bergson e Gilles Deleuze. Ainda em 2013, fez parte da pesquisa de mestrado da Professora Mestra Vera Imperio Hamburger através do laboratório interdisciplinar Fronteiras Permeáveis, um conjunto entre o Dep. de Cinema, Rádio e Televisão (CTR) e o Departamento de Artes Cênicas (CAC) da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), sob orientação do Prof. Antônio Carlos de Araújo e Silva, onde se aprofundou nas diversas temáticas ligadas à direção de arte, desenho do espaço cênico, teatro, cenografia, expografia e audiovisual. Produziu em 2015 o ensaio experimental PARALAXE99 - peças tridimensionais metálicas sobre as relações entre cidade, memória, deriva e arte finalista do 23o Programa Nascente da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP (PRCEU) exposto no Centro Maria Antônia SP (CEUMA). Interagiu ancestralidades, saberes da memória coletiva do povo brasileiro e a formação humana do arquiteto para, em 2017, desenvolver pesquisa e produção de tapeçaria dentro do projeto KNÓ. Já expôs seu trabalho no Pavilhão da Bienal de São Paulo, e também com KNÓ teve a obra TECTÔNICA da série Terra-e-Água selecionada para o 31o Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira (MCB). Passou pela Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) onde cursou sobre construção e restauro da arq. colonial, em especial sobre as técnicas de taipa e adobe em Minas Gerais. Foi Head de Projetos entre 2021 e 2023 no Estúdio Gab de Matos, em parceria com a Arq. Gabriela de Matos (vencedora do Leão de Ouro na Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza). Neste âmbito, fez parte da equipe que desenvolveu o ESPAÇO AGÔ na CasaCor SP 2021. Também, dos projetos expográficos das mostras: Enciclopédia Negra, no Museu de Arte do Rio (curadoria de Lilia Schwarcz, Jaime Lauriano, Marcelo Campos e Amanda Bonan); Pequenas Áfricas, no Instituto Moreira Salles (IMS-SP); entre outros diversos projetos, como a reforma da Aparelha Luzia (da Dep. Estadual Erica Malunguinho), assim como da elaboração/construção do Museu do Imaginário/DEVIR (espaço multiuso no Mercado Novo em Belo Horizonte). Recentemente, em 2023, integrou a equipe do Museu da Casa Brasileira (MCB), no Núcleo Técnico de Mostras, sendo responsável pelos projetos expográficos, produção, planejamento, montagem e gestão de todas as exposições internas, externas e itinerâncias do equipamento, em estreita articulação com os demais núcleos e sob a Direção Técnica do Arq. Giancarlo Latorraca, arquiteto parceiro de Lina Bo Bardi. Ao longo desta trajetória, se dedica em especial à pesquisa e prática de ações com público, recepção em arte e cultura, mostras em espaços museais e produção de sentido em expografias. Aborda Inteligência Artificial (IA). Linhas de pesquisa: expografia, imagem, artes visuais, linguagens tridimensionais, habitat. Outras áreas de atuação: produção de objetos, design gráfico.

  • Rachel de Sousa Vianna, Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado de Minas Gerais

    Sou professora da Escola Guignard e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG. Minha trajetória acadêmica compreende: pós-doutorado em educação pela UFMG; doutorado em educação pela USP, com bolsa sanduíche na Universidade Roehampton, em Londres; mestrado em arte-educação pela Universidade do Texas em Austin; bacharelado em arquitetura e urbanismo pela UFMG e licenciatura em artes plásticas pela Escola Guignard. Sou líder do Grupo de Pesquisa "O'pcevê! Laboratório de Aprendizagem Poética", vinculado à UEMG. Desde 2000, desenvolvo projetos de ensino, pesquisa e extensão com foco em metodologias ativas de ensino-aprendizagem voltadas para ampliar o alcance e a qualidade da experiência estética e promover o desenvolvimento da capacidade de pensar criticamente as artes visuais, o espaço construído e os desafios do mundo contemporâneo. Minhas áreas de atuação incluem formação de professores, mediação cultural, educação museal e patrimonial e Educação do Ambiente Construído - BEE.

Referências

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Publicado

2025-12-19

Como Citar

Brum Soares, F. M., & de Sousa Vianna, R. (2025). Espaço, poder e perplexidade: expografia como prática emancipatória. Revista ARA, 19(19), 118-138. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8354.v19i19p%p