Jazz em cisma
a disputa pela memória e pela música de Thelonious Monk
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-7117.rt.2019.160588Palavras-chave:
jazz, Thelonious Monk, Musica Popular, Neoclassicismo, Avant-gardeResumo
Este trabalho parte da percepção de que a obra do pianista e compositor de jazz Thelonious Monk, para além de sua grande relevância musical, pode ser vista em uma dimensão canônica e simbólica que, através de suas composições, do seu jeito de fazer música e, também, de sua personalidade marcante que beira a excentricidade, Monk parece ter se tornado uma espécie de mito, um emblema capaz de influenciar e pautar as discussões ligadas ao jazz. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é observar como este emblema parece, de certa forma, ser um elemento em disputa, uma espécie de capital simbólico usado para validar diversas correntes musicais, especialmente a vanguarda e o neoclassicismo, que parecem disputar uma certa hegemonia dentro do campo da musicologia do jazz. Muito desta discussão pode ser visto nas obra de autores como Daniel McClure (2006), David Ake (2002), que discutem a consolidação do cânone jazzístico e as disputas dentro deste campo, e Robin Kelley (1999), que discute como a obra e a imagem de Monk foram apropriadas por grupos, de ambos os lados, que tentavam consolidar uma tradição e uma narrativa sobre o que é o jazz. Além destes autores é conveniente trazer à discussão algumas percepções ligadas ao campo neoclássico a partir de textos como The Jazz Tradition (1993), escrito por Martin Williams, e os textos do trompetista Wynton Marsalis (2008). Por fim, através das gravações de releituras feitas das composições de Thelonious, será possível, sonoramente, observar como cada um destes campos se apropria deste repertório e quais discursos musicais eles tentam validar a partir dele.
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Referências
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