Treated and vaccinated, watery and carcinogenic
the colonization of indigenous diets by meat production systems
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i1p82-100Keywords:
Meat, Eggs, Indigenous people, Karitiana, Domesticated animalsAbstract
In this article I address a particular phenomenon that has not yet been studied in the set of changes in Native diets promoted by the contact with foods, flavors and culinary practices of non- Indians: namely, the consumption of products from exotic animal species introduced after the encounter with whites. We know that the meat of several of these beings (mainly chickens, oxen and domestic pigs), as well as other products extracted from some of these animals (especially eggs and milk), have frequented the menus of several indigenous groups for some time, but little has been spoken on the local forms of incorporation of these novelties, perhaps because all products of animal origin have been considered as one and the same thing: just only meat, milk, and eggs. Here, drawing on my own research material among the Karitiana and based on other historical and ethnographic references, I argue that these new foods are often clearly distinguished of native foods. This distinction also supports ways of reflecting on these processes of colonization of indigenous diets, functioning as a form of criticism not only for these post-contact changes, but also for the contemporary processes of food production among non-Indians.
Downloads
References
ALBERT, Bruce; RAMOS, Alcida Rita. Pacificando o branco: cosmologias do contato no norte-amazônico. São Paulo: IRD/Editora da Unesp/Imprensa Oficial, 2002.
AMOROSO, Marta. A conquista do paladar: os Kaingang e Guarani para além das cidadelas cristãs. Anuário Antropológico, Universidade de Brasília, n. 2000-2001, pp. 35-72, 2003.
ANDERSON, Virginia DeJohn. Creatures of empire: how domestic animals transformed early America. Oxford: Oxford University Press, 2004.
BARROS, Edir Pina de. Os filhos do sol: história e cosmologia na organização social de um povo Karib – os Kura-Bakairi. São Paulo: Edusp, 2003.
BELLINGER, Carolina; ANDRADE, Lúcia. Alimentação nas escolas indígenas: desafios para incorporar práticas e saberes. São Paulo: Comissão Pró-Índio de São Paulo, 2016.
BOSI, Antônio (Org.). Trabalho e trabalhadores no processo de industrialização recente no oeste do Paraná (1970-2010). Curitiba: Paco Editorial, 2014.
CAMINHA, Pero Vaz de. A carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rei D. Manuel sobre o achamento do Brasil. In: SIMÕES, Henrique Campos (Org.). Anais do Seminário Leituras da Carta de Pero Vaz de Caminha – Revista FESPI, Edição especial. Ilhéus: UESC, 1997 [1500].
CARNEIRO, Diogo. Como eu vivo, me sustento: formas indígenas de usos de recursos naturais. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) – Universidade Federal do Oeste do Pará. Santarém, 2015.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Os mortos e os outros. São Paulo: Hucitec, 1978.
CASCUDO, Luís da Câmara. História da alimentação no Brasil. São Paulo: Global, 2004.
CAVALCANTE, Messias. Comidas dos nativos do Novo Mundo. Barueri: Sá Editora, 2014.
CORMIER, Loretta. Kinship with monkeys: the Guajá foragers of eastern Amazonia. Nova York:
Columbia University Press, 2003.
COSTA, Flávio Simões. Caminha: o primeiro etnógrafo do Brasil. In: SIMÕES, Henrique Campos
(org.). Anais do Seminário Leituras da Carta de Pero Vaz de Caminha – Revista FESPI, Edição especial.
Ilhéus: UESC, 1997.
DÓRIA, Carlos Alberto. Formação da culinária brasileira: escritos sobre a cozinha inzoneira. São Paulo:
Três Estrelas, 2014.
FAUSTO, Carlos. Banquete de gente: comensalidade e canibalismo na Amazônia. Mana, Museu
Nacional/UFRJ, v. 8, n. 2, pp. 7-44, 2002.
FIDDES, Nick. Meat: a natural symbol. Londres: Routledge, 1992.
GIBRAM, Paola. Penhkár: política, parentesco e outras histórias Kaingang. Curitiba: Appris Editora/
Instituto Nacional de Pesquisas Brasil Plural, 2016.
KATZ, Esther. Alimentação indígena na América Latina: comida invisível, comida de pobre ou
patrimônio culinário? Espaço Ameríndio, UFRGS, v. 3, n. 1, pp. 25-41, 2009.
KOHN, Eduardo. How dogs dream: Amazonian natures and the politics of transspecies engagement.
American Ethnologist, American Anthropological Association, v. 34, n. 1, pp. 3-24, 2007. LEITE, Maurício. Transformação e persistência: antropologia da alimentação e nutrição em uma
sociedade indígena amazônica. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2007.
MARTINI, André Luiz. Filhos do homem: a introdução da piscicultura entre populações indígenas no
povoado de Iauaretê, rio Uaupés. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) –
Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2008.
MAUÉS, Raymundo; MAUÉS, Maria Angélica. O modelo da “reima”: representações alimentares em uma
comunidade amazônica. Anuário Antropológico, Brasília, v. 2, n. 1, pp. 120-147, 1978. MAYBURY-LEWIS, David. A sociedade Xavante. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1984.
MELATTI, Júlio César. Índios e criadores: a situação dos Krahó na área pastoril do Tocantins. Rio de
Janeiro: I.C.S/UFRJ (Monografia do I.C.S., vol. 3), 1967.
MINDLIN, Betty. Nós Paiter. Os Suruí de Rondônia. Petrópolis: Vozes, 1985.
MONTOYA, Antonio Ruiz de. Tesoro de la lengua guarani. Madri: Iuan Sanchez/Martin de Segura, 1639.
MONTOYA, Antonio Ruiz de. Bocabulario de la lengua guarani. Leipzig: B. G. Teubner, 1876 [1640].
MYERS, Iris. The Makushi of the Guyana-Brazilian frontier in 1944: a study of culture contact. Antropologica, n. 80, pp. 3-98, 1993.
NORDENSKIÖLD, Erland. Deductions suggested by the geographical distribution of some post-Columbian words used by the Indians of South America. Göteburg: Elanders Boktryckeri Aktiebolag, 1922.
POLLAN, Michael. O dilema do onívoro: uma história natural de quatro refeições. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2007.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
RONDON, Cândido Marianno da Silva. Índios do Brasil das cabeceiras do Rio Xingú, Rio Araguaia e Oiapóque – volume II. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Proteção aos Índios/Ministério da Agricultura, 1953.
SAHLINS, Marshall. Cultura e razão prática. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
SANCHEZ, Gabriel. Conhecendo aves entre os Kujubim: uma etnografia multiespecífica sobre as relações entre um povo indígena em Rondônia e as suas aves. Relatório de pesquisa –
Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2018.
SANTOS, Fabiane Vinente dos. “Comida de branco, comida de índio”: consumo alimentar, agency e
identidade entre mulheres indígenas urbanizadas no Alto Rio Negro. Temáticas, Unicamp, n.
31/32, pp. 91-117, 2008.
SILVA, Larissa Mandarano da. O aleitamento materno e a alimentação infantil entre os indígenas da região
oeste do estado de São Paulo: um movimento entre tradição e interculturalidade. Tese
(Doutorado em Enfermagem) – Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013.
SIMOONS, Frederick. Eat not this flesh: food avoidance in the Old World. Madison: University of
Wisconsin Press, 1966.
SIQUEIRA, Débora Vallilo. “A gente sabe o sistema como é criado”: a carne de porco entre a casa e
a agroindústria na região de Chapecó-SC. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) –
Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2016.
SORDI, Caetano. De carcaças e máquinas de quatro estômagos: controvérsias sobre o consumo e a
produção de carne no Brasil. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2016.
SOUZA, Maximiliano Ponte de (Org.). Processos de alcoolização indígena no Brasil: perspectivas plurais.
Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2013.
STEFANUTO, Míriam. Trabalho calado: os Kaingang do Toldo Chimbangue e as indústrias de carne.
Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal de São Carlos. São
Carlos, 2017.
TEMPASS, Mártin. A doce cosmologia Mbyá-Guarani: uma etnografia de saberes e sabores. Curitiba:
Appris, 2012.
TURBAY, Sandra. Aproximaciones a los estudios antropológicos sobre la relación entre el ser
humano y los animales. In: ULLOA, Astrid (Ed.). Rostros culturales de la fauna: las relaciones entre los humanos y los animales en el contexto colombiano. Bogotá: INAH/Fundación Natura, 2002.
TURNER, Terence. Social structure and political organization among the Northern Kayapó. Tese (PhD em Antropologia) – Harvard University. Cambridge, 1966.
VANDER VELDEN, Felipe. O gosto dos outros: o sal e a transformação dos corpos entre os Karitiana no sudoeste da Amazônia. Temáticas, Unicamp, n. 31/32, pp. 13-49, 2008.
VANDER VELDEN, Felipe. As galinhas incontáveis: Tupis, europeus e aves domésticas na conquista do Brasil. Journal de la Société des Américanistes, Société des Américanistes, v. 98, n. 2, pp. 97-140, 2012a.
VANDER VELDEN, Felipe. Inquietas companhias: sobre os animais de criação entre os Karitiana. São Paulo: Alameda, 2012.
VANDER VELDEN, Felipe. Dessas galinhas brancas, de granja – ciência, técnica e conhecimento local nos equívocos da criação de animais entre os Karitiana (RO). CADECS – Caderno Eletrônico de Ciências Sociais, Ufes, v. 3, n. 1, pp. 11-34, 2015.
VILAÇA, Aparecida. Comendo como gente: formas do canibalismo Wari’. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1989.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Araweté: os deuses canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor/ Anpocs, 1986.
WEISS, Brad. Configuring the authentic value of real food: farm-to-fork, snout-to-tail, and local food movements. American Ethnologist, American Anthropological Association, v. 39, n. 3, pp. 614- 626, 2012.
Downloads
Published
Issue
Section
License
1. Authors retain the copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License which allows the sharing of work with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
2. Authors are authorized to take additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg. publish in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
3. Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg. in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and the citation of the published work (See The Effect of Free Access).