Tobias Barreto between minority and discernment: from the critique of criminal law to the task of social sciences in Brazil (1830-1884)

Authors

  • José dos Santos Costa Júnior Universidade Estadual da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2023.213967

Keywords:

Tobias Barreto, Juvenile Justice in Brazil, Criminal Law, Minority Device

Abstract

From the first writings and discussions in Escada – PE to the debates in Recife, the trajectory of Tobias Barreto de Menezes (1839-1889) was marked by his work as a poet, lawyer, General Curator of Orphans, Substitute Judge and professor committed to an abolitionist project, liberal and republican. From there emerged his criticism of criminal law, as can be read in “Minors and insane persons in Criminal Law” (1884). Such a debate took place in the 1860s as part of the minority device, that is, the network of knowledge and powers that made possible the emergence of the delinquent minor as a “social issue”. The article problematizes Tobias Barreto's criticism of the concept of discernment, situating it in his proposition on the sociopolitical role of Law. Methodologically, it operates with discourse analysis, starting from the work “Minors and Crazy in Criminal Law”, articulating it with texts produced from the 1870s onwards, namely: press articles, separate texts, poems, forensic writings and criminal legislation. Thus, the propositions of this black intellectual from humble origins were part of a diagnosis and prognosis about the role of Social Sciences in recognizing laws and institutions as an effect of culture and social relations of domination and resistance.

Downloads

Download data is not yet available.

References

AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? In. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Tradução:Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó, SC: Argos, 2009.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2018.

ALVAREZ, Marcos César & SALLA, Fernando. Os novos contornos do bacharelismo liberal: uma análise da trajetória de Cândido Motta (1870-1942). Política & Sociedade, Florianópolis, v. 39, mai./jun. de 2018.

ALVAREZ, Marcos César SALLA, Fernando Salla; SOUZA, Luís Antônio F. A sociedade e a Lei: o Código Penal de 1890 e as novas tendências penais na primeira República. In: Justiça e História, v. 3, n. 6. Porto Alegre: 2003.

ALVAREZ, Marcos César. O homem delinquente e o social naturalizado: apontamentos para uma história da criminologia no Brasil. Teoria & Pesquisa, n. 47, jul./dez. 2005.

ALVAREZ, Marcos César. A emergência do Código de Menores de 1927: uma análise do discurso jurídico e institucional da assistência e proteção aos menores. 198 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, 1989.

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Tradução: Dora Flaksman. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

BANDERA, Vinícius. Ordenação social no Brasil: liberalismo, cientificismo e “menores abandonados e delinquentes”. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2015.

BARRETO, Tobias. Menores e loucos em direito criminal. Rio de Janeiro: Empreza Graphica Editora, 1926.

BARRETO, Tobias. Dias e Noites. Rio de Janeiro: Edição da Organização Simões, 1951, 333p.

BARRETO, Tobias. Esparsos & Inéditos. Organização de textos: Jackson da Silva Lima. Aracaju, SE, 1989, 398p.

BARRETO, Tobias. Estudos de Direito III. Organização de textos: Jackson da Silva Lima e Luiz Antonio Barreto. Record: Aracaju, 1991, 453p.

BRASIL. Código de Menores. Decreto federal nº 17.943-A de outubro de 1927. Organização, índices e notas de Fernando H. Mendes de Almeida. Edição Saraiva: São Paulo, 1955.

BARRETO, Raylane Andreza Dias Navarro. Composição intelectual como fruto de repertórios mobilizados: o caso Tobias Barreto. Almanack, Guarulhos, n. 25, 2020.

BARRETO, Raylane Andreza Dias Navarro. Tobias Barreto de Menezes e a educação para um Brasil moderno (século XIX). História da Educação (online), Porto Alegre, v. 21, n. 53, p. 38-55, set./dez. 2017.

BARBERIS, Daniela. O organicismo como modelo para a sociedade: a emergência a queda da sociologia organicista na França do fin-de-siècle. In. MARTINS, R. A; MARTINS, L. A. C. P; SILVA, C. C.; FERREIRA, J. M. H (eds.) Filosofia e história da ciência no Cone Sul. 3º Encontro. Campinas: AFHIC, 2004, pp. 131-136.

BOURDÉ, Guy & MARTIN, Hervé. As filosofias da história. In. As escolas históricas. Tradução: Ana Rabaça. Ed: Mem. Martins, Europa-América, 2003, p. 44-60.

BOURDIEU, Pierre. A força do direito: elementos para uma sociologia do campo jurídico. In. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. Lisboa: DIFEL, 1989, pp. 210-254.

CALLEWAERT, Gustave. Bourdieu crítico de Foucault. Educação, Sociedade & Culturas, n. 19, 2003, pp. 131-170.

CANCELLI, Elizabeth. Criminosos e não-criminosos na história. Textos de História – Revista do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília, v. 3, n. 1, 1995.

CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 24ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

CONSOLIM, Marcia. Émile Dukheim e Gabriel Tarde: aspectos teóricos de um debate histórico (1893-1904). História: questões e debates, Curitiba, n. 53, p. 39-65, jul/dez. 2010.

CORAZZA, Sandra Mara. História da infância sem fim. 2ª ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004.

CORRÊA, Mariza. As ilusões da liberdade: a Escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil. 2ª ed. Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2001.

COSTA JÚNIOR, José dos Santos. Mal-estar na história da infância: a invenção do menor infrator no Brasil Contemporâneo. 504 f. Tese (Doutorado em História). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 2021.

COSTA JÚNIOR, José dos Santos. Evaristo de Moraes e a criminalidade infanto-juvenil: das impressões às proposições (Brasil, 1910-1920)). Escritas do Tempo, v. 4, p. 136-160, 2022.

DAMINELLI, Camila Serafim. Discurso, direitos e infração: reflexões sobre a menoridade no tempo presente a partir da legislação brasileira do século XX. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, v. 8, n. 15, julho de 2016.

DELEUZE, Gilles. O que é um dispositivo? In. Dois regimes de loucos: textos e entrevistas (1975-1995). Edição preparada por David Lapoujade. Tradução: Guilherme Ivo. São Paulo: Editora 34, 2016, p. 363-364.

DIDI-HUBERMAN, George. O que vemos, o que nos olha. 2ª ed. Tradução: Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 2010.

EUFRÁSIO, Marcelo Alves Pereira. Cidadania e direitos fundamentais, uma luta emancipatória em

diferentes momentos históricos. In. História do direito e da violência: recortes de uma abordagem interdisciplinar. Campina Grande: EDUEPB, 2009, pp. 53-67.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Tradução: Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução: Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Loyola, 2012.

GAUDÊNCIO, Edmundo de Oliveira. Sociologia da Maldade & Maldade da Sociologia: arqueologia do bandido. 439 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais). Universidade Federal da Paraíba, 2004.

HUNT, Linn. A invenção dos direitos humanos: uma história. Tradução: Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

KEHL, Maria Rita. Direitos humanos: a melhor tradição da modernidade. In. VENTURI, Gustavo (Org.). Direitos humanos: percepções da opinião pública – análise de pesquisa nacional. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos, 2010, pp. 33-42.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução: Vila Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira. Revisão da tradução: César Benjamin. Rio de Janeiro: Contraponto e Editora PUC-Rio, 2006.

LÉON, Adriano de. O cárcere das palavras: o poder simbólico da linguagem jurídica. Verba Juris, ano 3, n. 3, jan/dez. 2004.

LIMA JR, Jayme Benvenuto. (Org). Direitos Humanos Internacionais: avanços e desafios no início do século XXI. Recife, PE: Programa DH Internacional e GAJOP, 2001.

LOMBROSO, Cesare. O homem delinquente. Tradução de Sebastião José Roque. São Paulo: Ícone, 2016 [1882].

MENDONÇA, Joseli Maria Nunes. Evaristo de Moraes: tribuno da república. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2007.

PASSOS, Aruanã Antônio dos. Do Império à República: escrita poética e biografia em Tobias Barreto (1869-1889). Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 19, n. 30, 2018.

PASSOS, Aruanã Antônio dos. Na província, ler e (re) inventar o mundo: uma interpretação da formulação do culturalismo em Tobias Barreto (1859-1889). Trilhas da História, v. 11, n. 22, 2022.

PINTO, Bárbara Lisboa. O Menor e menoridade sob a ótica do Direito Criminal Brasileiro na década de 1880: as obras de Tobias Barreto e João Vieira de Araújo. Revista Justiça e História, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, v. 2, n. 3, 2002.

PLATT, Anthony M. Platt. Los salvadores del niño o la invención de la delincuencia. Tradución: Félix Blanco. 3ª ed. Mexico/España/Argentina/Colombia: XXI Siglo veinteuno editores, 1982.

RODRIGUES, Raymundo Nina. As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2011, 95p.

SALOMON, Marlon (org.). Heterocronias: estudos sobre a multiplicidade dos tempos históricos. Goiânia: Edições Ricochete, 2018.

SCHWARCZ, Lília Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil (1870-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SOARES, Janine Borges. A construção da responsabilidade penal do adolescente no Brasil: uma breve reflexão histórica. Disponível em: <http://www.mprs.mp.br/infancia/doutrina/id186.htm>. Acesso em 27 de jan. 2023.

SONTAG, Ricardo. A nova edição oficial do Código Criminal de 1830. Revista de estudios histórico-jurídicos, n. 35, Valparaiso, nov. 2013.

WEISS, Raquel & BENTHIEN, Rafael Faraco. 100 anos sem Durkheim, 100 com Durkheim. Sociologias, Porto Alegre, ano 19, n. 44, jan./abr. 2017.

Published

2023-12-20

Issue

Section

Artigos

How to Cite

Tobias Barreto between minority and discernment: from the critique of criminal law to the task of social sciences in Brazil (1830-1884). (2023). Intelligere, 16, 67-99. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2023.213967