Análise da sonoridade em peças para piano: uma abordagem a partir da performance
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v20i1.168644Palavras-chave:
Performance, Análise, Piano, Pesquisa artística, SonoridadeResumo
Este artigo apresenta uma análise da sonoridade em partes selecionadas de duas performances das Cartas Celestes I (1974) de Almeida Prado, para piano solo, e desta peça como um todo. O objetivo principal desta análise é apresentar uma metodologia onde as decisões performáticas são compreendidas como importantes fontes de informação, com atenção especial para os aspectos sonoros da peça. Neste contexto, a obra musical é entendida como processo, uma vez que a partitura é apenas um dos elementos que influenciarão no resultado final (Costa, 2016). A metodologia consistiu em três etapas principais, e se baseou na metodologia de análise da sonoridade de Guigue (2009): (1) a primeira etapa foi o processo artístico, que levou à construção das duas performances da peça pela mesma pianista (a primeira autora deste artigo), com diferentes e contrastantes decisões performáticas, e as gravações destas; (2) então, a peça foi dividida em unidades sonoras homogêneas, sempre tendo as decisões performáticas como guias e; (3) por fim, estas unidades foram analisadas utilizando os softwares Spear e Sonic Visualiser para os arquivos de áudio e Open Music para arquivos MIDI. A metodologia teve como intenção incluir a performance no escopo da análise musical, uma vez que as decisões performáticas podem levar a diferenças dramáticas no resultado sonoro final da obra musical.
Downloads
Referências
CARON, Jean-Pierre Cardoso. Regras e indeterminação: ideias para uma morfologia da obra musical. Claves. N. 9, 2013, p. 16-33.
COESSENS, Kathleen; CRISPIN, Darla; DOUGLAS, Anne. The artistic turn: a manifesto. Ghent, Leuven University Press, 2009.
COOK, Nicholas; LEECH-WILKINSON, Daniel. A Musicologist's Guide to Sonic Visualiser, 2009. Available on: <http://www.charm.rhul.ac.uk/analysing/p9_1.html>. Viewed 10 May 2017.
COSTA, Valério Fiel da. O lugar da performance na música indeterminada cageana. Revista Música Hodie, Goiânia, V.17 - n.1, 2017, p. 07-18
COSTA, Valério Fiel da. Morfologia da obra aberta. Curitiba, Prismas, 2016.
GUIGUE, Didier. Soal 4.0, Sonic Object Analysis Library: OpenMusic Tools for analyzing musical objects structure. 2016. Available on: https://www.academia.edu/29796175/. Viewed 13 June 2017.
GUIGUE, Didier. Esthétique de la Sonorité: L'héritage de Debussy dans la musique pour piano du XXe siècle. L’Harmattan: Paris, 2009.
LOUREIRO, Maurício; MAGALHÃES, Tairone; BORGES, Rodrigo; CAMPOLINA, Thiago; MOTA, Davi; e PAULA, Hugo de. Segmentação e extração de descritores de expressividade em sinais musicais monofônicos. In: III Seminário Música Ciência e Tecnologia. São Paulo. Anais do III Seminário Música Ciência e Tecnologia. 2008, pp. 109-125.
PRADO, José Antônio Rezende de Almeida. Cartas celestes: uma uranografia sonora geradora de novos processos composicionais. Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, 1985. Doctoral Thesis.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais, N. 63. 2002, p. 237 – 280.
SARTRE, Jean-Paul. L’être et le néant: Essai d’ontologie phénomenologique. Paris: Gallimard, 1994.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Bibiana Bragagnolo, Didier Guigue

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a CC Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).