Paredes que guardam pessoas que guardam paredes. Registro e sentidos de ruínas do tempo do cativeiro.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2022.194380

Palavras-chave:

História Oral, Etnografia, Memória, Ruínas, Escravidão

Resumo

Esse texto propõe pensar o encontro da história oral,da etnografia e do olhar arqueológico sobre ruínas e memórias do tempo do cativeiro. Aborda a confluência de metodologias quando se encontram no campo da pesquisa, se transformando no processo. O objetivo é contribuir com conceitos e caminhos para trabalhos de campo que tenham as coisas de tempos passados como foco de estudo, valorizando a participação de grupos subalternos na História, assim como a participação de pesquisadores em relação a detentores de saberes e memórias sobre esses passados.

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Biografia do Autor

  • Camilla Agostini, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Departamento de Arqueologia

    Bacharel em Arqueologia pela Universidade Estácio de Sá (1997) com especialização em História da África pela Universidade Cândido Mendes (1998); e mestre em História pela Universidade Estadual de Campinas (2002). Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense, foi professora visitante no departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Federal de Minas Gerais (2011/2012). É professora adjunto no departamento de Arqueologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professora credenciada no Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Ensino de História (PROFHIST / UERJ)

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Publicado

2022-02-07

Como Citar

AGOSTINI, Camilla. Paredes que guardam pessoas que guardam paredes. Registro e sentidos de ruínas do tempo do cativeiro. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Brasil, n. 39, p. 280–296, 2022. DOI: 10.11606/issn.2448-1750.revmae.2022.194380. Disponível em: https://revistas.usp.br/revmae/article/view/194380.. Acesso em: 9 maio. 2024.