O tambor islâmico da rua da Cadeia (Silves). Um contributo da arqueologia para uma melhor apreensão da mundividência do al-Andalus.

Autores

  • Alexandre Miguel Bento Instituto de Estudos Medievais
  • Miguel Cipriano Costa Instituto de Estudos Medievais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2023.195350

Palavras-chave:

Arqueomusicologia, Silves, Tambores, Instrumentos Musicais Medievais, al-Andalus

Resumo

Predominantemente, a investigação no campo da música e seus instrumentos na Idade Média tem-se alicerçado em fontes escritas e iconográficas, por exemplo originárias da escultura ou de representações em manuscritos de índole diversa. Além de escassas, estas fontes só nos surgem também com suficiente integridade a partir dos séculos XIII/XIV. Não obstante, a maior quantidade e rigor das fontes que a arqueologia nos propicia a partir da década de 90 têm-nos vindo a revelar mais e novos dados graças à arqueologia preventiva, datações por isótopos de carbono e a um maior rigor sobre os contextos estratigráficos. Fontes essas, que além de escassas e raramente providas da integridade desejada, só pontualmente tem sido investigadas de forma aprofundada no âmbito concreto do estudo da música, seus agentes, seus instrumentos e suas práticas. Concretamente quanto aos instrumentos musicais do al-Andalus português, período de domínio e influência islâmica, árabe e berbere durante a Idade Média na península ibérica, o registo arqueológico conhecido não chega a albergar a dezena de exemplares. Neste contexto e tendo como fonte arqueológica um tambor de cerâmica inédito exumado em Silves em contexto de período almóada, este trabalho pretende destacar o potencial destes artefactos e abrir novos rumos na interpretação do instrumento musical e dos contextos socioculturais em que o mesmo era produzido e tocado, almejando novos rumos na sua interpretação e uma mais aprofundada apreensão da mundividência na Idade Média no al-Andalus português. Além da descrição do objecto per se, pretende-se a sua articulação com a iconografia e outras fontes coetâneas, também quanto à sua potencial influência na etnografia até à contemporaneidade.

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Biografia do Autor

  • Alexandre Miguel Bento, Instituto de Estudos Medievais

    Músico e professor de música concretamente no âmbito da guitarra, teoria e harmonia do Jazz. Mestre em Artes Musicais pela Universidade Nova de Lisboa. Doutorando em Estudos Artísticos no âmbito da robótica musical. Doutorando em Estudos Medievais no âmbito da arqueomusicologia.

  • Miguel Cipriano Costa, Instituto de Estudos Medievais

    Nasceu em Lisboa no ano de 1969. Completou o ensino secundário na Escola Secundária de Alenquer. Licenciou-se em História (variante Arqueologia) na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra no ano de 2006. Concluiu nesta mesma instituição, no ano de 2011, o mestrado em Arqueologia e Território, na especialidade de arqueogeografia; tendo defendido a dissertação intitulada: Redes viárias de Alenquer e suas dinâmicas. Um estudo de arqueogeografia, sob a orientação de Gérard Chouquer.

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Publicado

2023-12-29

Dados de financiamento

Como Citar

BENTO, Alexandre Miguel; COSTA, Miguel Cipriano. O tambor islâmico da rua da Cadeia (Silves). Um contributo da arqueologia para uma melhor apreensão da mundividência do al-Andalus. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Brasil, n. 41, p. 75–94, 2023. DOI: 10.11606/issn.2448-1750.revmae.2023.195350. Disponível em: https://revistas.usp.br/revmae/article/view/195350.. Acesso em: 21 dez. 2024.