Viagens por um paraíso ilusório: notas sobre a expedição de Betty Meggers à região do Baixo Amazonas e sua rede de colaboradores (1948-1949)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2022.187333Palavras-chave:
Betty Meggers, Rede de colaboradores, Diários de campo, Mulheres cientistas, História da arqueologia amazônResumo
Os trabalhos de Betty Jane Meggers (1921-2012) tiveram importância fundamental nos estudos sobre arqueologia amazônica e impulsionaram o desenvolvimento de novos estudos no Brasil. Sua primeira viagem ao país foi a expedição que realizou na região do Baixo Amazonas, acompanhada por seu marido e parceiro de trabalho, Clifford Evans (1920-1981), em colaboração com o Museu Paraense Emílio Goeldi e com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, entre os anos de 1948 e 1949. Neste artigo, essa viagem é retratada a partir dos diários de campo de Betty Meggers, cuja leitura permitiu mapear a rede de colaboradores que a apoiou, em toda sua diversidade, além de revelar aspectos subjetivos e pessoais envolvidos em seu trabalho de campo. São abordadas também as coleções que o casal formou e a distribuição desses conjuntos cerâmicos entre museus diversos. As descrições detalhadas redigidas por Meggers em seus cadernos de campo incluem notas diárias sobre os períodos que passou no Rio de Janeiro e em Belém, sobre as incursões às Ilhas de Marajó, Caviana, Mexiana e ao território do Amapá, e um curto período em que esteve em Belo Horizonte. Incluem também os diversos nomes de brasileiros que aparecem na narrativa, revelando toda uma estrutura de trabalho coletivo em torno do casal de pesquisadores para que a produção daquele conhecimento fosse possível.
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