A primeira coisa guardada e a desaparecida: apagamento e memórias em Infância, de Graciliano Ramos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i146p89-102Palavras-chave:
Infância, Graciliano Ramos, memória, apagamentoResumo
A partir da análise do enredo que envolve a personagem Mocinha, irmã “ilegítima” do narrador, em Infância (1945), de Graciliano Ramos – o grande escritor que assina a obra (elaborada em seu pós-prisão, 1938-1945), igualado a preso comum pelo Estado, mas também aquele que perde em estatura, pois menino que não tem o nome mencionado no livro –, o presente artigo sublinha o que irrompe de violento nessas páginas como base da formação do Brasil e sua cultura punitiva, geradora de um legado de medo, desamparo e desaparecimentos que não se encerra naqueles anos primordiais, tampouco nos de sua rememoração.
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