Normas internacionais aplicáveis à neurocirurgia funcional no Brasil
Palavras-chave:
Psicocirurgia, Normas de tratamento psicocirúrgico, Princípios internacionais e no Brasil.Resumo
A prática de neurocirurgia funcional para tratamento de transtornos psíquicos deve ser abordada de forma cuidadosa por tratar de intervenção em um cérebro aparentemente íntegro, criando lesões em locais cerebrais específicos. Os “Princípios para a Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno Mental e para a Melhoria da Assistência à Saúde Mental” das Nações Unidas, 1991, adotados pelo Brasil juntamente com a “Convenção de Caracas”, 1990, Resolução n. 1.408/94, contendo normas específicas que regulamentam a psicocirurgia contribuíram para cessar a especulação sobre o seu caráter experimental. A psicocirurgia só poderá ser realizada se o doente emitir prévio consentimento informado e após um corpo de profissionais externos ao serviço que oferece o tratamento, estar convencido de que houve genuinamente um consentimento esclarecido e de que o tratamento é o que melhor atende às necessidades de saúde do usuário. O tratamento psicocirúrgico é praticado e regulamentado na maioria dos países ocidentais. As normas que regem este tratamento têm cunho mais ético do que jurídico. Depreende-se deste conjunto de Princípios Internacionais adotados e aplicáveis no Brasil que as normas de acesso à psicocirurgia, visam, sempre, o respeito à pessoa do doente, em obediência aos seus direitos básicos fundamentais como ser humano, afastando as cirurgias político e socialmente indesejáveis.
Downloads
Referências
APPELBAUM P. S. [et al]. Competence of depressed patients for consent to research. Am J Psychiatry, n. 156, p. 1380-1384, 1999.
BERG, J.W.; APPELBAUM, P. S. Subjects'Capacity to Consent to Neurobiological Research. In: HA Pincus, J. A.; Lieberman, S. Ferris (eds). Ethics in psychiatric research: A resource manual for human subjects protection. Published 1. ed. Am. Psych. Assoc, 1999. p. 81-106.
BONNIE, R. J. Research with cognitively impaired subjects - Unfinished business in the regulation of human research. Arch Gen Psychiatry, n. 54, p. 105-111, 1997.
BRIDGES, P. K. [et al], Psychosurgery: stereotactic subcaudate tractotomy – An indispensable treatment. Brit J Psychiatry, n. 165, p. 599-611, 1994.
BRODY, A. B. The ethics of biomedical research - An international perspective. Oxford Univ. Press, 1988.
CALLAGHAN, M. A. J.; CARROL, D. Psychosurgery - A scientific analysis. MTP Press Ltd., Falcon House, Lancaster, England, 1982.
CASTRO FILHO, J. O. de. Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1976. v. X.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral do Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 1989. v. 1.
EICHELMAN, B. [et al]. Ethics and psychiatric research: problems and justification. Am J Psychiatry, n. 141, p. 400-405, 1984.
ELLIOT, C. Caring about risks - Are severely depressed patients competent to consent to research? Arch Gen Psychiatry, n. 54, p. 113-116, 1997.
GOSTIN, L. O. Ethical considerations of psychosurgery: The unhappy legacy of the pre-frontal lobotomy. J of medical ethics, n. 6, p. 149-154, 1980.
GUERTZENSTEIN, E. Z. As depressões crônicas e as refratárias a tratamentos: Análise crítica da indicações cirúrgica. Tese de doutoramento FMUSP, São Paulo, 1989.
GRUENBERG, P. B. Ethic and forensic psychiatry - Ethics in psychiatry. In: KAPLAN & SADOCK'S (eds). Comprehensive textbook of psychiatry/VII. 7. ed. 1999. p. 3290-3300.
KLEINING, J. Ethical issues in psychosurgery. London: Allen & Unwin, 1985.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1974.
RAUCH, S.L.; COSGROVE, G. R. Neurosurgical treatments. In: KAPLAN & SADOCK'S (eds). Comprehensive textbook of psychiatry/VII. 7. ed, 1999. p. 2516-2521.
ROBERTS, L.W. The ethical basis of psychiatric research: Conceptual issues and empirical findings. Comprehensive Psychiatry, v. 39, n. 3, pp 99-110, 1998.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil- Parte Geral São Paulo: Max Limonad, 1967. v. 1.
SIDER, R. C. The ethics of therapeutic modality choice. Am J Psychiatry, n. 141, p. 390-394, 1984.
SIMON, R. I. Ethic and forensic psychiatry - Legal issues in psychiatry. In: Kaplan & Sadock's (eds). Comprehensive textbook of psychiatry/VII. 7. ed, 1999. p. 3272-3289.
THE LANCET. Legislation on psychiatry in Europe, n. 343, p. 1027, 1994.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2004 Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.