Uma Análise Psicopolítica do Fascismo Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v8p39-53Palavras-chave:
Fascismo, Psicologia política, Psicologia social, Política, DemocraciaResumo
O fascismo existe como um espectro da democracia. O fascismo Alemão levou a morte de centena de milhares de pessoas. Os campos de concentração nazistas, não são acaso do destino, são a máxima do capitalismo. O capitalismo em sua máxima produz campos de concentração e se subscreve por uma política de morte. Na sua máxima fascista o capitalismo cria um estado de exceção absoluto e torna autorizado o assassínio de populações inteiras. O fascismo é uma subjetividade, o fascismo está no ar. O Brasil hoje se tornou um país fascista. A adesão ao fascismo ocorre, como analisou Reich, porque a situação econômica e a situação ideológica das massas não coincidem necessariamente. A política, assim, não se trata de uma questão de argumentação racional, mas de um circuito de afetos. A questão é saber que tipo de afeto move e cria formas de vida política, pois o embate é sobre formas de vida, como mostra Agamben. A situação que vivemos é de crise econômica e política, e estas condições tendem a produzir uma situação de desamparo, a qual leva as populações a ficarem a mercê da promessa messiânica. Assim o discurso fascista foi (e ainda o é) um apelo ao inconsciente por meio de técnicas capazes de promover tanto a idealização dos seus líderes como a suspeita paranóica sobre os outros grupos por parte dos destinatários. Alguns elementos caracterizam a ascensão fascista: o rosto utilizado para representar o líder precisa parecer cômico, uma mistura de militar com palhaço; o culto da violência;; um discurso político-econômico, da ressurreição Estado-Nação, na sua versão paranóica; e o discurso moral-cultural, dos valores da instituição familiar. A não-elaboração dos traumas do passado do Brasil trouxe à tona seus monstros adormecidos, como retorno do recalcado, e instaurou o fascismo, ficado à sombra por anos, à vida cotidiana.
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