A Práxis na Psicologia Social Comunitária e nas Políticas Públicas (ou sobre seu sentido político)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v9p84-100Palavras-chave:
Psicologia social, Psicologia comunitária, Práxis, Política, CríticaResumo
O projeto utópico da Psicologia Social Crítica, desde sua emergência, busca apontar os caminhos para a emancipação humana, bem como se sustenta em sentidos originais e premissas da forma crítica que encontra seu principal valor num conceito nodal: a práxis; que caracteriza seu duplo télos: crítico e político. Em seu telós político se insere no trabalho com grupos junto a comunidades subalternas no horizonte dos processos de conscientização, luta política e elevação das relações solidárias e de sujeitos de direitos. Não obstante a inserção da Psicologia Social no âmbito das Políticas Públicas expresse seu interesse na dinâmica dos modos de intervenção social, ainda calhe a indagação acerca do sentido desta inserção: compromisso ético-político ou demanda de mercado?T têm-se observado a predominância do trabalho da psicologia social tem se dado dentro de instituições e políticas públicas, as quais definem uma série de técnicas burocráticas para o trabalho psicossocial, que pretendem intervenções direcionadas aos interesses do Estado e da lógica capitalista, bem como tais trabalhos não partem da premissa da organização de relações grupais e conscientização das classes subalternas, mas da necessidade de atendimento de alto contingente de usuários, o que, por sua vez, torna as práticas psicossociais e comunitárias de caráter estritamente pragmático, objetivista e tecnocrático, e o axioma das práticas enquanto práxis possível se circunscreve como significante atópico.
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