Febre reumática: Um estudo multicêntrico no estado de São Paulo

Autores

  • Carlos Henrique Martins da Silva Pediatrics Society of São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0041-87811999000300004

Palavras-chave:

Febre reumát, Epidemiolo, Cardite reumát

Resumo

A febre reumática é a doença do tecido conectivo mais comum no nosso meio e caracteriza-se, sobretudo, pelo elevado custo social e econômico decorrente da cardiopatia reumática. Com o objetivo de analisar as características clínicas desta doença, foram estudados, retrospectivamente, os prontuários de 786 crianças diagnosticadas de acordo com os critérios de Jones e cadastradas em sete serviços de Reumatologia Pediátrica do Estado de São Paulo. Com relação aos critérios maiores, 396 (50,4%) apresentaram cardite; 453 (57,6%), artrite; 274 (34,8%), coréia; 13 (1,6%), eritema marginado e 12 (1,5%), nódulos subcutâneos. Poliartrite migratória clássica ocorreu em 290 crianças (64,0%) com comprometimento articular. Cento e quarenta e quatro (18,3%) dos pacientes apresentaram alterações ecocardiográficas sugestivas de valvopatia, sem manifestações clínicas associadas. A elevação dos títulos de antiestreptolisina-O foi evidenciada em 531 pacientes (67,5%). Apesar da profilaxia secundária recomendada, 147 (18,6%) crianças apresentaram ao menos uma recorrência. As elevadas freqüências da coréia, de alterações cardíacas subclínicas detectadas pelo ecocardiograma e ainda de recorrências, bem como a grande variabilidade da apresentação clínica da artrite da febre reumática, merecem ser destacadas e ressaltam a importância dos estudos multicêntricos para determinar o comportamento das patologias de modo geral e, em particular da patologias reumáticas na infância.

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Publicado

1999-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Silva, C. H. M. da. (1999). Febre reumática: Um estudo multicêntrico no estado de São Paulo . Revista Do Hospital Das Clínicas, 54(3), 85-90. https://doi.org/10.1590/S0041-87811999000300004