Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i62p20-31Palavras-chave:
preconceito cultural, resistências identitária, multicultural educacional.Resumo
O Brasil oferece o melhor exemplo de um país que nasceu do encontro das diversidades étnicas e culturais. Povos indígenas, primeiros habitantes da terra que se tornou Brasil; aventureiros e colonizadores portugueses; africanos deportados e aqui escravizados; imigrantes europeus de diversas origens étnicas e culturais e imigrantes asiáticos, todos formam as raízes culturais do Brasil de hoje. Sem dúvida, os sangues se misturaram como continuam a se misturar. Os deuses se tocaram e as cercas das identidades se aproximaram. No entanto, as resistências identitárias dessas matrizes culturais formadoras do Brasil continuam a se manifestar, influenciando a vida cotidiana de todos os brasileiros indistintamente. Por outro lado, os preconceitos culturais, apesar da mestiçagem, não deixaram de existir como ilustrado hoje pela chamada intolerância religiosa e pelos preconceitos raciais que estão correndo soltos até nos campos de futebol. A questão fundamental que se coloca é como ensinar a história desses povos que na historiografia oficial foi preterida e substituída pela história de um único continente, silenciando a rica diversidade cultural em nome de um monoculturalismo justificado pelo chamado sincretismo cultural ou mestiçagem, quando na realidade o que se ensina mesmo é a Europa com sua história e sua cultura. Aqui se coloca a importância de uma educação multicultural que enfoque nossa rica diversidade ao incluir na formação da cidadania a história e a cultura de outras raízes formadoras do Brasil. As leis 10 639/03 e 11645/08 que tornam obrigatório o ensino da história do continente africano, dos negros e povos indígenas brasileiros têm essa função reparatória e corretora.Downloads
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Publicado
2015-11-13
Edição
Seção
Artigos
Licença
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Como Citar
Munanga, K. (2015). Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje?. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, 62, 20-31. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i62p20-31