Crédito e desenvolvimento em economias agroexportadoras: o caso de São Paulo (1850-1930)

Résumé

O artigo analisa o desenvolvimento do crédito e do sistema bancário em São Paulo entre 1850 a 1930, discutindo três questões usuais na literatura a respeito do crédito em economias primário-exportadoras: a importância dos bancos estrangeiros; as condições de acesso ao crédito por parte da agricultura; a presença e o significado dos bancos nacionais. As conclusões apontam para o desenvolvimento, em São Paulo, de um sistema de crédito razoavelmente complexo que abrigava: bancos estrangeiros voltados às operações de financiamento de exportação e importação, de grandes empresas estrangeiras e de câmbio; grandes bancos naciopnais ligados principalmente ao comércio e à indústria, ao lado de grande número de pequenos bancos nacionais (da capital e do interior do Estado), em geral de vida efêmera; e de algumas instituições de crédito hipotecário e cooperativo voltadas à agricultura que, em geral, não foram bem sucedidas. desse modo, a agricultura teve de fazer uso, quase sempre, de formas indiretas de crédito bancário (principalmente o empréstimo pessoal junto aos comerciantes de café).