O lobisomem entre índios e brancos: o trabalho da imaginação no Grão-Pará no final do século XVIII
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i47p29-55Palavras-chave:
Amazônia, mestiçagem, imaginação, Ameríndios, historiografia, lendas, mitosResumo
Trata-se de uma investigação sobre imagens do lobisomem em Portugal e sua mescla com várias entidades transformativas da Amazônia no fim do século XVIII no Grão-Pará. A análise é baseada em documentos existentes no Arquivo Público do Estado do Pará, em Belém. Nesse sentido, este artigo é mais metodológico e teórico - como fazer um estudo do "pensamento mestiço" (de Serge Gruzinski) usando documentação judiciária - do que etnográfico. Tal como Gruzinski, considero que as atividades de criar analogias imperfeitas têm um valor de redenção, de salvar as pessoas da esterilidade e da destruição da conquista. Em outras palavras, o esboço que Gruzinski nos oferece representa a possibilidade de ver as inovações populares no tempo colonial e imperial como pontes da imaginação, ligando as diferenças e hierarquias formais com as práticas e relações cotidianas. Meu esforço se direciona também a examinar o significado da mestiçagem para pessoas que estavam realizando o trabalho de conexão e construção de novos e complexos compostos. Meu objetivo é contribuir para uma revisão da historiografia sobre a Amazônia, da qual participam historiadores e antropólogos no Brasil, onde ou se destacam o sofrimento e o holocausto da época colonial, ou se faz uma narrativa da emergência do povo paraense ou amazonense associada à condição de elite regional e ao Estado. Uma nova historiografia tenta reconhecer outras histórias, assim como a complexidade e a heterogeneidade da região.Downloads
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Publicado
2008-09-01
Edição
Seção
Artigos
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Como Citar
Harris, M. (2008). O lobisomem entre índios e brancos: o trabalho da imaginação no Grão-Pará no final do século XVIII . Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, 47, 29-55. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i47p29-55