Construindo um projeto de restauro:

Os desafios metodológicos da conservação baseada em valores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2024.220923

Palavras-chave:

Restauro, Projeto, Patrimônio, Valores, Mariana

Resumo

Hoje a teoria da conservação reconhece que o patrimônio não pode ser definido objetivamente, por meio de critérios universais, que emanariam da análise dos bens culturais, desenvolvendo-se em seu lugar uma concepção intersubjetiva do patrimônio que percebe que os valores são atribuídos aos bens culturais pelos diferentes sujeitos. Com isso, passa-se da perspectiva da conservação baseada na matéria para a ideia de conservação baseada em valores, paradigma que coloca como central a valoração pelos diferentes agentes envolvidos neste processo. Apesar de haver consenso sobre isso, esta perspectiva intersubjetiva não foi plenamente absorvida nem pela teoria e muito menos pela prática da conservação. Este artigo reflete sobre a abordagem adotada no projeto de restauro para o edifício da Casa de Câmara e Cadeia de Mariana (MG), onde se procurou investigar a ampla gama de valores a ele atribuídos, para se construir o projeto de restauro a partir de uma perspectiva intersubjetiva.

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Biografia do Autor

  • Leonardo Barci Castriota Castriota, Universidade Federal de Minas Gerais

    Leonardo Barci Castriota é arquiteto-urbanista (1986), com doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000) e pós-doutorado junto ao Getty Conservation Institute (GCI) em Los Angeles (2001) e a Universidad Politécnica de Madrid (2009/2010). Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi Presidente do Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS/BRASIL) (2015-2021) e, desde dezembro de 2017, Vice-Presidente do ICOMOS internacional. Foi Vice-Presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociais e Humanidades (ANINTER-SH), de 2012 a 2016. Publicou 53 artigos em periódicos especializados e 98 trabalhos em anais de eventos. Possui 67 capítulos de livros e 24 livros publicados e organizados. Possui 81 itens de produção técnica, entre os quais se destacam projetos de restauração, planos e projetos de conservação e reabilitação do patrimônio e de planejamento urbano, notadamente a coordenação de seis planos diretores municipais. Participou de 115 eventos, no exterior e no Brasil. Orientou 3 teses de doutorado, 45 dissertações de mestrado, 30 monografias de conclusão de curso de especialização, além de ter orientado 62 trabalhos de iniciação científica nas áreas de arquitetura e urbanismo, filosofia e direito. Recebeu 9 prêmios e/ou homenagens. Atua na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em conservação e revitalização do patrimônio do planejamento e projeto do espaço urbano. Foi pesquisador da Rockfeller Foundation e do Getty Conservation Institute, sendo pesquisador com bolsa de Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, desde 2002 e da FAPEMIG, com a bolsa de Pesquisador Mineiro, desde 2007. Tem atuação também em diversos cargos e conselhos na área do patrimônio, podendo se destacar a Diretoria de Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (1993-1994), o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (1995-2000), o Conselho Curador do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG), sendo atualmente membro do Conselho Técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Conselho Estadual do Patrimônio de Minas Gerais (CONEP-MG). Foi Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil Departamento de Minas Gerais (IAB-MG) (1999-2003) e Diretor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (2002-2006). Foi coordenador do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável (PPG-ACPS) na UFMG. Em seu currículo Lattes, os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: patrimônio, arquitetura, planejamento urbano, revitalização, preservação, Brasil, conservação, cidade e história.

  • Vilmar Sousa, Universidade Federal de Minas Gerais

    Possui graduação em Geografia (1998), em Licenciatura em História (1998) e em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2003). É especialista em Metodologia de Ensino de Geografia pela Faculdade de Educação São Luís (1999) e Mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (2010). Doutorando no Programa de Pós Graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável (Escola de Arquitetura da UFMG). Foi diretor do CEFART (Centro de Formação Artística e Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado) . Atua como autônomo na área de Psicologia, mediação de conflitos e planejamento estratégico. Tem desenvolvido diversos projetos unindo psicologia social e geografia urbana, tendo participado como consultor na elaboração de seis Planos Diretores Participativos, dois Planos de Habitação de Interesse Social, Inventário das Técnicas Construtivas Tradicionais dos estados de Minas Gerais e de Santa Catarina, junto à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É Diretor Executivo do Instituto de Estudos de Desenvolvimento Sustentável (IEDS). Tem experiência na área de Psicologia e Geografia, atuando principalmente nos seguintes temas: patrimônio, políticas públicas, cidade, morfologia e planejamento e gestão territorial.

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Publicado

2024-07-02

Como Citar

Castriota, L. B. C., & Sousa, V. P. (2024). Construindo um projeto de restauro:: Os desafios metodológicos da conservação baseada em valores. Risco Revista De Pesquisa Em Arquitetura E Urbanismo (Online), 22(1). https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2024.220923