Oficina culinária como estratégia didático-pedagógica interdisciplinar na formação do nutricionista
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2023.194043Palavras-chave:
Educação alimentar e nutricional, Culinária, Práticas interdisciplinares , Ensino, Estudantes de ciências da saúdeResumo
Os objetivos deste estudo foram relatar a experiência da utilização de oficinas culinárias como estratégia didático-pedagógica na disciplina de educação nutricional, e analisar as percepções dos estudantes quanto à interdisciplinaridade e aplicabilidade na atuação profissional, pela análise de conteúdo temática. Este é um relato de experiência da utilização de oficinas culinárias durante a disciplina de Educação Nutricional no curso de nutrição de uma universidade pública. Foram quantificados os tipos de receitas selecionadas e seus respectivos princípios dietéticos e/ou dietoterápicos. Identificamos que 80% das receitas selecionadas priorizavam o conteúdo de nutrientes dos ingredientes como princípio dietético/dietoterápico e somente 20% consideraram aspectos sensoriais e culturais. Na análise qualitativa, foram identificados três eixos temáticos: (1) O olhar do estudante sobre a oficina culinária; (2) O aprendizado da oficina culinária para sua prática profissional; (3) A racionalização da alimentação. A oficina foi considerada uma experiência inovadora e enriquecedora para a formação acadêmica, principalmente pela interdisciplinaridade. Conclui-se que o uso de oficinas culinárias como estratégia didático-pedagógica interdisciplinar nos cursos de Nutrição pode trazer benefícios na formação dos futuros nutricionistas.
Downloads
Referências
¹BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de referência de educação alimentar e nutricional para as políticas públicas. – Brasília, DF: MDS; Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 2012.
²Santos AM, Alves TS. Revisão sistemática sobre a educação alimentar e nutricional: sujeitos, saber e práticas em diferentes cenários. Rev Saúde Com. 2015;11(4):425-442.
³Recine E, Porto EBS, Fernandez PM, Pereira MR. Analysis of nutrition (and food) education syllabus of nutrition undergraduate courses. Rev Nutr 2016;29(6):885-897.
Ferraz APCM, Belhot RV. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gestão & Produção. 2010;17(2):421-31.
de Oliveira APSB, Pontes JNA, Marques MA. O uso da taxionomia de Bloom no contexto da avaliação por competência. Revista Pleiade 2016;10(20):12-22.
Vieira VL, Leite C, Cervato-Mancuso AM. Formação superior em saúde e demandas educacionais atuais: O exemplo da graduação em nutrição. Educ Soc Cult. 2013;39:25-42.
Carvalho VCHS. Abrindo as gaiolas: vivenciando e experimentando novas formas de aprender a Educação Alimentar e Nutricional. In: Martins PC, Carvalho VCHS. Trajetórias de mudanças: reflexões sobre as inovações pedagógicas na formação de nutricionistas. 1ed. Editora CRV: Curitiba, 2020.
Jacob M, Stewart P, Walpole AM, Fong C. A culinary laboratory for nutrition education. Clin Teach 2016;13(3):197-201.
Garcia RWD, Mancuso AMC. Mudanças Alimentares e educação alimentar e nutricional.2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
Castro IRR, Souza TSN, Maldonado LA, Caniné ES, Rotenberg S, Gugelmin SA. A culinária na promoção da alimentação saudável: delineamento e experimentação de método educativo dirigido a adolescentes e a profissionais das redes de saúde e de educação. Rev. Nutr. 2007; 20(6):571-588.
Braun V, Clarke V. Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology 2006;3(2):77-101.
Costa NMSC. Revisando os estudos e eventos sobre a formação do nutricionista no Brasil. Rev. Nutr. 1999;12(1):5-19.
Fazenda ICA, Fazenda VCA. Integração e interdisciplinariedade no ensino brasileiro. 6. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011.
Valverde LS, Pimentel AM, Soares MD. Formação em nutrição no brasil: análise de alcances e limites a partir de uma revisão da literatura. Revista Baiana de Saúde Pública 2019;43(1):247-259.
Franco AC, Boog MCF. Relação teoria-prática no ensino de educação nutricional. Rev. Nutr. 2007;20(6):643-655.
Bernardo GL, Jomori MM, Fernandes AC, Colussi CF, Condrasky MD, Proença RPDC. Positive impact of a cooking skills intervention among Brazilian university students: Six months follow-up of a randomized controlled trial. Appetite 2018;130:247-255.
Marsico C, Borja ME, Harrison LM, Loftus M. Ratings of Food Courses and Culinary Training Components in Dietetics Education. J Am Diet Assoc 1998;98(6):692-693.
Nobre AS, Santos AO, Pires CR, Magalhães DC, Salgueiro MMHAO. Oficina culinária: uma estratégia para incentivo do consumo de frutas e hortaliças para pacientes em sobrepeso e obesidade Rev. Soc. Cardiol. 2011;21(3 Supl. A):16-21.
Amâncio FA. Dilemas e desafios da formação profissional em saúde. Interface - Comunic, Saúde, Educ 2004;8(15):375-80.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Bruna Paes Lemes Freitas, Camila Cremonezi Japur, Ana Flávia de Sousa Silva, Fernanda Rodrigues de Oliveira Penaforte, Ana Elisa Madalena Rinaldi
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.