Comportamento alimentar de adultos no início da pandemia da COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2023.201763Palavras-chave:
Comportamento alimentar, COVID-19, PandemiaResumo
Introdução: Dificuldades de acesso aos alimentos e o distanciamento social desencadearam mais ansiedade, estresse e consumo de alimentos de baixo custo e ultraprocessados. Objetivo: Investigar as mudanças no comportamento alimentar e a relação deste com os aspectos socioeconômicos. Método: Estudo realizado virtualmente entre maio e junho de 2020 com 949 adultos, com questionários de dados socioeconômicos, mudanças no comportamento alimentar, frequência do consumo alimentar e o TFEQ-21. A análise foi realizada de forma descritiva e o TFEQ-21 de acordo com os escores de cada fator. A relação entre as variáveis foi analisada pelo teste de correlação de Pearson. Resultados: 63% consideraram cozinhar mais alimentos, 41% e 38% referiram maior possibilidade comer com companhia e com tranquilidade, respectivamente. Além disso, 38,6% reduziram compra de fast-food, mas 43,2% aumentaram o consumo alimentar e 41,8% o consumo de doces. Em mulheres, quanto maior o IMC, maior alimentação emocional e restrição cognitiva (p<0,001). Nestas, o comer emocional era maior se não possuíam filhos nem ensino superior (p<0,001), e a restrição era maior com a atividade física, não possuir relacionamento estável, ter filhos (p<0,001), emprego e ensino superior (p<0,05). Nos homens, o comer emocional se relacionou ao maior IMC (p<0,05) e ambas variáveis estavam relacionados à atividade física (p<0,001). Conclusão: Mudanças como cozinhar mais, reduzir fast-food, comer com tranquilidade e com companhia foram observadas comparados a antes da pandemia. Nota-se que nas mulheres há maior relação da restrição e do comer emocional com diversos aspectos do contexto social e econômico.
Downloads
Referências
WHO Health Emergency Dashboard. WHO (COVID-19) Homepage. https://Covid19.who.int/region/amro/country/br (acessado em: 07/06/2021).
Müller O, Neuhann F, Razum O. Epidemiologie und Kontrollmaßnahmen bei COVID-19 [Epidemiology and control of COVID-19]. Dtsch Med Wochenschr 2020; 145(10):670-674. https://doi.org/10.1055/a-1162-1987
Rogers JP, Chesney E, Oliver D, Pollak TA, McGuire P, Fusar-Poli P, et al. Psychiatric and neuropsychiatric presentations associated with severe coronavirus infections: a systematic review and meta-analysis with comparison to the COVID-19 pandemic. Lancet Psychiatry, 2020; 7: 611–27. https://doi.org/10.1016/S2215-0366(20)30203-0
Pear RL. Weight Stigma and the “Quarantine‐15”. Obesity 2020, 28: 1180 1181. https://doi.org/10.1002/oby.22850
Ingram J, Maciejewski G, Hand CJ. Changes in diet, sleep, and physical activity are associated with differences in negative mood during COVID-19 lockdown. Front. Psychol. 2020;11:588604. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.588604
Rodgers RF, Lombardo C, Cerolini S, Franko DL, & Omori M, et al. The impact of the COVID‐19 pandemic on eating disorder risk and symptoms. Int J Eat Disord. 2020; 53 : 1166-1170. https://doi.org/10.1002/eat.23318
Ammar A, Brach M, Trabelsi K, Chtourou H, Boukhris O, Masmoudi L, et al. Effects of COVID-19 Home Confinement on Eating Behaviour and Physical Activity: Results of the ECLB-COVID19, International Online Survey. Nutrients, 2020. 12(6), 1583. https://doi.org/10.3390/nu12061583
Silva Filho, OJ, Gomes Junior, NN. The future at the kitchen table: COVID-19 and the food supply. Cadernos de Saúde Pública 2020; 36(5):e00095220. https://doi.org/10.1590/0102-311X00095220
Ribeiro G, Santos O. Recompensa alimentar: mecanismos envolvidos e implicações para a obesidade. Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. 2013. Volume 8, Issue 2. Pages 82-88. ISSN 1646-3439. https://doi.org/10.1016/j.rpedm.2013.09.001
Dingemans A, Danner U, Parks M. Emotion Regulation in Binge Eating Disorder: A Review. Nutrients 2917, 9, 1274. https://doi.org/10.3390/nu9111274
Silva L, Gomes AR. Desordens alimentares no desporto: situação atual e perspectivas futuras no estudo dos fatores psicológicos. Psicol Clín. 2012; 24(2): 83-100. https://doi.org/10.1590/S0103-56652012000200007
Natacci LC, Ferreira Junior M. The three factor eating questionnaire - R21: tradução para o português e aplicação em mulheres brasileiras. Rev. Nutr. Campinas 2011; 24(3):383-394. https://doi.org/10.1590/S1415-52732011000300002
Taragano R, Alvarenga M. Fundamentos teóricos sobre mudança comportamental. Nutrição Comportamental.p.1-4. 2ª Ed. Manole; 2019.
Freitas D, Oliveira BM, Correia F, Pinhão S, Poínhos R. Eating behaviour among nutrition students and social desirability as a confounder. Appetite. 2017; 113:187-192. https://doi.org/10.1016/j.appet.2017.02.036
Stunkards AJ, Messick S. The three-factor eating questionnaire to measure dietary restraint, disinhibition and hunger. Journal of psychosomatic research 1985; v. 29, n. 1, p. 71-83. https://doi.org/10.1016/0022-3999(85)90010-8
World health organization (WHO). Global data base on Body Mass Index. 2006.
Steele EM, Rauber F, Costa CS, Leite MA, Gabe KT, Louzada MLC et al. Mudanças alimentares na coorte NutriNet Brasil durante a pandemia de COVID-19. Rev. Saúde Pública, 2020; 54: 91. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002950
Costa C dos S, Steele EM, Leite MA, Rauber F, Levy RB, Monteiro CA. Body weight changes in the NutriNet Brasil cohort during the covid-19 pandemic. Rev. saúde pública [Internet]. 2021Mar.4 [cited 2022Sep.26];55:1. Available from: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/182843
Herle MP, Kan C, Jayaweera K, Adikari A, Siribaddana S,Zavos HMS, et al. The association between emotional eating and depressive symptoms: a population-based twin study in Sri Lanka. Glob Health Epidemiol Genom 2019. ;4:e 4. https://doi.org/10.1017/gheg.2019.3
Janjetic MA, Rossi ML, Acquavía C, Denevi J, Marcolini C, Torresani ME. Association Between Anxiety Level, Eating Behavior, and Nutritional Status in Adult Women. J Am Coll Nutr 2020; 39(3):200-205. https://doi.org/10.1080/07315724.2019.1633970
Scarmozzino F, Visioli F. Covid-19 and the Subsequent Lockdown Modified Dietary Habits of Almost Half the Population in an Italian Sample. Foods 2020; 9(5): 675. https://doi.org/10.3390/foods9050675
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Paula Victoria Sozza Silva Gulá, Tatiane Possani, Sebastião de Sousa Almeida, Telma Maria Braga Costa, Maria Fernanda Laus
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.