Intoxicação cutânea grave por Paraquat
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2023.204400Palavras-chave:
Paraquat, Herbicidas, Diquat, Intoxicação, Relatos de CasosResumo
O Paraquat é um herbicida não seletivo altamente tóxico, sendo responsável por altas taxas de letalidade acidentais ou provocadas, devido, principalmente, à insuficiência respiratória. Apesar de a intoxicação por via oral ser a principal e mais grave, o contato prolongado com a substância em uma grande área corporal pode gerar uma toxicidade similar e levar ao óbito – fato pouco elucidado na literatura. Este é o relato de caso de um homem de 22 anos, que foi admitido em um hospital devido a queixas de mal-estar, náuseas, febre, cefaleia, dor abdominal, diarreia, queimaduras e dispneia. A suspeita diagnóstica inicial foi de hantavirose, leptospirose, dengue e tromboembolismo pulmonar e, posteriormente, foi comprovado intoxicação exógena com agrotóxico por via inalatória e cutânea. Exames de imagem revelaram fibrose pulmonar difusa e ele também apresentou alterações renais, hepáticas e coagulatórias. Como não há antídoto específico, foi empregado tratamento sintomático e suportivo, com uso de carvão ativado, antibióticos, corticoides, antioxidantes e hemodiálise. No entanto, o paciente teve uma piora progressiva do quadro, vindo a óbito devido à síndrome da angústia respiratória aguda e fibrose pulmonar. O Paraquat, embora proibido no Brasil em 2020, continua sendo utilizado de forma ilegal. Além disso, seu substituto, o Diquat, possui toxicidade semelhante. Assim, é fundamental que os profissionais da saúde reconheçam o diagnóstico da intoxicação por tais substâncias e suas diferentes vias de exposição. Também são necessárias novas medidas de fiscalização das substâncias e maior investimento em educação em saúde para evitar exposições acidentais, assim como relatado.
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