Adição por alimentos e sua associação com estilo devida sedentário em estudantes universitários: um estudo transversal nacional

Autores

  • Ana Debora Santos de Oliveira Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Nutrição. Laboratório de Nutrição e Metabolismo. Programa de Pós-Graduação em Nutrição (AL), Brasil https://orcid.org/0000-0001-9857-1327
  • André Eduardo da Silva Júnior Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Nutrição, São Paulo, (SP), Brasil https://orcid.org/0000-0002-1501-171X
  • Nassib Bezerra Bueno Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Nutrição. Laboratório de Nutrição e Metabolismo. Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Alagoas, (AL), Brasil https://orcid.org/0000-0002-3286-0297

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2024.211567

Palavras-chave:

Adição alimentar, Exercício físico, Comportamento sedentário

Resumo

A obesidade é considerada uma doença crônica não transmissível, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal a níveis prejudiciais à saúde. O estilo de vida sedentário é marcado pela ausência da prática de exercício físico, o que é considerado um dos fatores de risco para seu desenvolvimento. Além disso, há o aumento do consumo de alimentos com potencial aditivo, o que pode favorecer o surgimento de adição por alimentos. O exercício físico parece reduzir o desejo por várias substâncias com potencial aditivo como tabaco, álcool e opióides, e também pode ser utilizado no tratamento dessas adições. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo determinar se existe associação entre a prevalência de adição por alimentos e o estilo de vida sedentário em estudantes universitários brasileiros. Trata-se de um estudo transversal de abrangência nacional, realizado através de questionários online. Os dados foram autorrelatados, sendo incluídos idade, sexo, classe econômica, diagnóstico de transtorno de ansiedade, modified Yale Food Addiction Scale 2.0 (mYFAS 2.0) e a prática de exercício físico. Foram incluídos 5.946 participantes, com média de idade de 24 ± 6 anos, sendo 4371 (73,5%) do sexo feminino e média de IMC 24,4 ± 5,2 kg/m2. A prevalência de adição por alimentos foi de 18,5%. Foi observada associação entre adição por alimentos com sedentarismo (RP: 1,42; IC95% [1,28 — 1,58]), mesmo após o ajuste (RP: 1,23; IC95% [1,11 — 1,35]). Em conclusão, indivíduos que relataram não realizar exercícios físicos foram mais propensos a serem diagnosticados com adição por alimentos.

Downloads

Biografia do Autor

  • Ana Debora Santos de Oliveira, Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Nutrição. Laboratório de Nutrição e Metabolismo. Programa de Pós-Graduação em Nutrição (AL), Brasil

    Mestranda em Nutrição.

  • André Eduardo da Silva Júnior, Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Nutrição, São Paulo, (SP), Brasil

    Nutricionista. Mestre e doutorando em Ciências.

  • Nassib Bezerra Bueno, Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Nutrição. Laboratório de Nutrição e Metabolismo. Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Alagoas, (AL), Brasil

    Nutricionista. Doutor em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria.

Referências

Ulijaszek SJ. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a who consultation. Who technical report series 894. Pp. 252. (World health organization, geneva, 2000.)Sfr 56. 00, isbn 92-4-120894-5, paperback. J Biosoc Sci. 2003 ;35(4):624–5. Disponível em: http://www.journals.cambridge.org/abstract_S0021932003245508.

IBGE. Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil 2008-2009. 2010.

Ministério da Saúde. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Vigitel 2020. 2021. 124p.

Swinburn BA, Sacks G, Hall KD, McPherson K, Finegood DT, Moodie ML, et al. The global obesity pandemic: shaped by global drivers and local environments. The Lancet [Internet]. agosto de 2011.378(9793):804–14. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0140673611608131.

GEARHARDT, A.N. et al. The addiction potential of hyperpalatable foods. Curr Drug 398 Abuse Rev., vol. 4, n. 3, p. 140-145, 2011.

Schulte EM, Gearhardt AN. Development of the modified yale food addiction scale version 2.0. Eur Eat Disord Rev. julho de 2017;25(4):302–8.Disponivel em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/erv.2575.

Hone-Blanchet A, Fecteau S. Overlap of food addiction and substance use disorders definitions: analysis of animal and human studies. Neuropharmacology. outubro de 2014;85:81–90.

Shook RP, Hand GA, Drenowatz C, Hebert JR, Paluch AE, Blundell JE, et al. Low levels of physical activity are associated with dysregulation of energy intake and fat mass gain over 1 year. Am J Clin Nutr. dezembro de 2015;102(6):1332–8.

Wiklund P. The role of physical activity and exercise in obesity and weight management: Time for critical appraisal. J Sport Health Sci. junho de 2016;5(2):151–4.

Li JTE, Pursey KM, Duncan MJ, Burrows T. Addictive eating and its relation to physical activity and sleep behavior. Nutrients [Internet]. 4 de outubro de 2018. 10(10):1428. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6212870/

Wang D, Wang Y, Wang Y, Li R, Zhou C. Impact of physical exercise on substance use disorders: a meta-analysis. PLoS One. 2014;9(10):e110728.http://www.unu.edu/unupress/food/FNBv27n4_sup pl_2_final.pdf.

Romero-Blanco C, Hernández-Martínez A, Parra-Fernández ML, Onieva-Zafra MD, Prado-Laguna M del C, Rodríguez-Almagro J. Food addiction and lifestyle habits among university students. Nutrients [Internet]. 18 de abril de 2021 [citado 2 de maio de 2023];13(4):1352. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8073513/

Greenwood BN, Fleshner M. Exercise, stress resistance, and central serotonergic systems. Exerc Sport Sci Rev. julho de 2011;39(3):140–9.

Ferreira SE, Dos Santos AKDM, Okano AH, Gonçalves BDSB, Araújo JF. Efeitos agudos do exercício físico no tratamento da dependência química. Revista Brasileira de Ciências do Esporte [Internet]. abril de 2017 [citado 2 de maio de 2023];39(2):123–31. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0101328916000196.

Taylor AH, Ussher MH, Faulkner G. The acute effects of exercise on cigarette cravings, withdrawal symptoms, affect and smoking behaviour: a systematic review. Addiction. abril de 2007;102(4):534–43.

da Silva Júnior AE, de Lima Macena M, de Oliveira ADS, Praxedes DRS, de Oliveira Maranhão Pureza IR, de Menezes Toledo Florêncio TM, et al. Prevalence of food addiction and its association with anxiety, depression, and adherence to social distancing measures in Brazilian university students during the COVID-19 pandemic: a nationwide study. Eat Weight Disord. agosto de 2022;27(6):2027–35.

Praxedes DRS, Silva-Júnior AE, Macena ML, Oliveira AD, Cardoso KS, Nunes LO, et al. Prevalence of food addiction determined by the Yale Food Addiction Scale and associated factors: A systematic review with meta-analysis. Eur Eat Disord Rev. março de 2022;30(2):85–95.

Sogari G, Velez-Argumedo C, Gómez MI, Mora C. College students and eating habits: a study using an ecological model for healthy behavior. Nutrients [Internet]. 23 de novembro de 2018.

Barbosa BCR, Guimarães NS, Paula W de, Meireles AL. Práticas alimentares de estudantes universitários da área da saúde, de acordo com as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde [Internet]. 28 de maio de 2020.

Simplício MPT, Silva LB e, Juvanho LL, Priore SE, Franceschini S do CC. Factors associated with alcohol, tobacco and illicit drug use among Brazilian undergraduate students. Rev Bras Enferm [Internet]. 14 de julho de 2021.

Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais. Censo da Educação Superior: Notas Estatísticas 2018. INEP. 2019.

Nunes-Neto PR, Köhler CA, Schuch FB, Solmi M, Quevedo J, Maes M, et al. Food addiction: Prevalence, psychopathological correlates and associations with quality of life in a large sample. J Psychiatr Res. janeiro de 2018;96:145–52.

Critério Brasil - abep [Internet]. Disponível em: https://www.abep.org/criterio-brasil.

Organização Mundial de Saúde – OMS. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO, 1995. Disponível em: http://www.unu.edu/unupress/food/FNBv27n4_sup pl_2_final.pdf.

Spitzer RL, Kroenke K, Williams JBW, Löwe B. A brief measure for assessing generalized anxiety disorder: the GAD-7. Arch Intern Med. 22 de maio de 2006;166(10):1092–7.

Sousa TV, Viveiros V, Chai MV, Vicente FL, Jesus G, Carnot MJ, et al. Reliability and validity of the portuguese version of the generalized anxiety disorder (GAD-7) scale. Health Qual Life Outcomes [Internet]. 25 de abril de 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4424548/

World Health Organization. Guidelines on Physical Activity and Sedentary Behavior: at a glance.Genebra: Organização Mundial de Saúde. 2020.

Schulte EM, Gearhardt AN. Development of the modified yale food addiction scale version 2.0. Eur Eat Disord Rev. julho de 2017;25(4):302–8.

Nunes-Neto PR, Köhler CA, Schuch FB, Quevedo J, Solmi M, Murru A, et al. Psychometric properties of the modified Yale Food Addiction Scale 2.0 in a large Brazilian sample. Rev Bras Psiquiatr [Internet]. 11 de junho de 2018 [citado 2 de maio de 2023];40(4):444–8. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462018000400444&lng=en&tlng=en.

Martins LCG, Lopes MV de O, Diniz CM, Guedes NG. The factors related to a sedentary lifestyle: A meta-analysis review. J Adv Nurs. março de 2021;77(3):1188–205.

Brené S, Bjørnebekk A, Aberg E, Mathé AA, Olson L, Werme M. Running is rewarding and antidepressive. Physiol Behav. 10 de setembro de 2007;92(1–2):136–40.

Zschucke E, Heinz A, Ströhle A. Exercise and physical activity in the therapy of substance use disorders. Scientific World Journal [Internet]. 3 de maio de 2012 [citado 2 de maio de 2023];2012:901741. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3354725/

Wipfli BM, Rethorst CD, Landers DM. The anxiolytic effects of exercise: a meta-analysis of randomized trials and dose-response analysis. J Sport Exerc Psychol. agosto de 2008;30(4):392–410.

Linke SE, Ussher M. Exercise-based treatments for substance use disorders: evidence, theory, and practicality. Am J Drug Alcohol Abuse. janeiro de 2015;41(1):7–15.

Lynch WJ, Piehl KB, Acosta G, Peterson AB, Hemby SE. Aerobic exercise attenuates reinstatement of cocaine-seeking behavior and associated neuroadaptations in the prefrontal cortex. Biol Psychiatry. 15 de outubro de 2010;68(8):774–7.

Kwon DH, Kim BS, Chang H, Kim YI, Jo SA, Leem YH. Exercise ameliorates cognition impairment due to restraint stress-induced oxidative insult and reduced BDNF level. Biochem Biophys Res Commun. 3 de maio de 2013;434(2):245–51.

Silva AE da, Bueno NB. Comments on the translated version of the modified Yale Food Addiction Scale 2.0 into Brazilian Portuguese. Braz J Psychiatry. 15 de dezembro de 2022.

Downloads

Publicado

2024-12-27

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Oliveira ADS de. Adição por alimentos e sua associação com estilo devida sedentário em estudantes universitários: um estudo transversal nacional. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 27º de dezembro de 2024 [citado 2º de maio de 2025];57(3):e-211567. Disponível em: https://revistas.usp.br/rmrp/article/view/211567

Dados de financiamento