Farmácia da Natureza: uma farmácia viva no município de Jardinópolis- SP
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2023.212700Palavras-chave:
Terapias complementares , Medicamento fitoterápico, Plantas medicinais , Sistema Único de SaúdeResumo
A população brasileira, em especial a que vive em ambiente rural, amplamente mesclada por várias etnias e culturas, sempre fez uso de plantas medicinais e fitoterápicos, estruturando um saber tradicional que passou de geração a geração e se popularizou nos ambientes urbanos. As experiências empíricas das comunidades tradicionais, associadas ao conhecimento acadêmico, contribuíram para o estabelecimento, no Brasil, da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). Nesse contexto, o Ministério da Saúde estabeleceu, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o programa denominado Farmácia Viva, cuja base ideológica está assentada no trabalho realizado pelo professor emérito Dr. Francisco José de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará. A farmácia viva deve ser um ambiente de troca de saberes e, ao mesmo tempo, um ponto de encontro entre a tradicionalidade e outras áreas do conhecimento humano, como a agronomia sustentável, farmacognosia, farmacotécnica e assistência farmacêutica, bem como a atuação de médicos e de outros profissionais da área da saúde. No Brasil, os temas plantas medicinais, fitoterápico e farmácia viva são permeados por normas consolidadas pelos Ministério da Saúde, Ministério do Meio Ambiente, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Essas normas visam regulamentar a utilização de plantas medicinais como patrimônio genético, bem como a produção de fitoterápicos e o seu acesso pela população brasileira. Isso, sem dúvida, significa avanço na área de saúde pública do Brasil. O objetivo desse relato foi compartilhar a experiência, realizada por mais de duas décadas, da Farmácia da Natureza de Jardinópolis em produzir fitoterápicos, a partir de um programa que integra a tradicionalidade, pelo envolvimento da comunidade, a academia, com o apoio técnico de universidades, as ações de voluntariado, a valorização da biodiversidade brasileira e o apoio de políticas públicas em nível municipal, estadual e federal.
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