Tendência das internações por leishmaniose visceral na população brasileira, 2010-2019
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2024.212791Palavras-chave:
Leishmaniose visceral, Epidemiologia, Estudos de séries temporais, Estudos ecológicosResumo
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença parasitária grave com potencial evolução para óbito. No Brasil, apresenta elevada incidência, com aproximadamente 3500 casos por ano. Objetivo: analisar a tendência das internações por LV no Brasil no período de 2010 a 2019. Metodologia: trata-se de um estudo ecológico de séries temporais, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Calculou-se a taxa de internação por estado brasileiro para cada ano no período selecionado. A tendência da taxa de internação foi analisada através da regressão de Prais-Winsten, utilizando o Stata 14.0. Resultados: No Brasil, foram registradas 24.259 internações por LV entre 2010 e 2019. O menor número de casos ocorreu no estado do Amapá (4 casos), enquanto o maior número ocorreu no estado do Maranhão (3.601 casos). Analisando as taxas de internações por LV, notaram-se as maiores taxas no estado do Tocantins e as menores taxas no Paraná (Tabela 2). Houve tendência crescente da internação hospitalar por LV nos estados Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Sul e Goiás, e decrescente nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Conclusão: A tendência das internações foi crescente em cinco estados do Brasil e decrescente em quatro deles. Os demais estados brasileiros apresentaram tendência estável.
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