Adesão ao tratamento inalatório de crianças e adolescentes com fibrose cística: cinco anos de seguimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2025.215831

Palavras-chave:

Fibrose cística, Adesão, Inaloterapia, Exacerbação pulmonar

Resumo

Introdução: A baixa adesão ao tratamento medicamentoso pode ocasionar consequências negativas, na qualidade de vida e na saúde dos pacientes com Fibrose Cística (FC). Existe correlação entre o declínio da função pulmonar ao longo do tempo, a frequência de exacerbações pulmonares e hospitalizações com baixa adesão ao tratamento. Objetivo: Avaliar a adesão em longo prazo ao tratamento de mucolítico inalatório através do recolhimento de ampolas vazias dos pacientes de FC, atendidos em um Hospital Infantil João Paulo II, durante cinco anos de seguimento e a relação da taxa de adesão ao tratamento sobre as variáveis clínicas. Método: Trata-se de estudo longitudinal analítico retrospectivo da adesão ao tratamento medicamentoso ao longo de cinco anos. Foram coletados dados como: função pulmonar - VEF1 (%), sinais clínicos de exacerbação, Escore Z do índice de massa corporal (IMC) e taxa de posse da medicação da alfadornase (MPR). A MPR foi calculada através da razão do número de ampolas devolvidas dividido pelo número de ampolas do medicamento prescrito. Foram avaliados 26 pacientes. Resultados: Foi observado aumento na taxa de adesão através do MPR da alfadornase ao longo do tempo. Ao longo dos cinco anos não foram encontradas associações entre os sinais de exacerbação pulmonar, uso de antibióticos orais e o Escore Z IMC/Idade com o MPR da alfadornase. No modelo de regressão o MPR, para 1% de aumento no VEF1 foi necessário um aumento de 0,5% no MPR da alfadornase, ou seja, um aumento do VEF1 está diretamente relacionado com o aumento do uso da medicação. Conclusão: A solicitação das ampolas vazias de alfadornase melhorou a taxa de adesão ao longo do tempo e está associada à melhora da função pulmonar.

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Biografia do Autor

  • Evanirso da Silva Aquino , Hospital Infantil João Paulo II. Rede Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais

    Fisioterapeuta 

  • Ana Carolina Pena, Hospital Infantil João Paulo II. Rede Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais

    Residente Multiprofissional

  • Letícia Santos Ferreira do Nascimento, Hospital Infantil João Paulo II. Rede Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais

    Residente Multiprofissional

     

  • Alberto Andrade Vergara, Hospital Infantil João Paulo II. Rede Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais

    Coordenador do Ambulatório de Fibrose Cística

  • Diego Campos de Moura, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde

     Graduando em Fisioterapeuta

  • Cristiane Cenachi Coelho, Hospital Infantil João Paulo II. Rede Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais

    Fisioterapeuta e Coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional

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Publicado

2025-10-01

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Aquino E da S, Pena AC, Nascimento LSF do, Vergara AA, Moura DC de, Coelho CC. Adesão ao tratamento inalatório de crianças e adolescentes com fibrose cística: cinco anos de seguimento. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 1º de outubro de 2025 [citado 29º de dezembro de 2025];58(1):e-215831. Disponível em: https://revistas.usp.br/rmrp/article/view/215831

Dados de financiamento